2006/06/14

 
Vicente Jorge Silva, que foi director do Público, e nele continuou a colaborar por
mais uns anos, vem hoje criticar o director daquele jornal, José Manuel Fernandes,
por este ter escrito um editorial inusitado no Dia de Portugal, dedicado a Ségolène
Royal -- candidata socialista à presidência francesa -- em vez de falar sobre a data
histórica do 10 de Julho, sobre as intervenções do PR Cavaco Silva, ou qualquer
outro problema da vida política nacional. É a primeira vez que vejo um jornalista
prestigiado a criticar outro menos considerado, e não podemos esquecer que este,
foi o sucessor daquele, na direcção do Público. Podemos pensar em vingança, por
parte de VJS, mas os editoriais de JMF -- Fernandes, como diz VJS -- regra geral
são "uma fuga para a frente" (face aos problemas do dia-a-dia) ou simplesmente
uma cantiga apologética a George Bush, e aos neo-cons que o rodeiam. Muitas
vezes critiquei JMF pela sua "devoção missionária" pela invasão do Iraque, ou
pelo seu catolecismo anti-cultura francesa... Para o JMF, o sol nasce no Texas, no
Rancho de Crawford... A Europa e os europeus, para JMF, não existe...

Ségolène Royal, possivel candidata à PR de França.
Para JMF, ela é a "menina bonita" da política francesa.


O SOL NASCE A ORIENTE...
Realiza-se amanhã a conferência da Organização de Cooperação de Shangai
(SCO), na sua séde em Shangai, principal cidade financeira da China. Constituida
em 1996 pela Rússia, China, Kazaquistão, Tadjikistão e Kyrguistão, a SCO ficou
conhecida como os "Five de Shangai". Pouco depois incluiu o Uzbquistão. Esta
organização tem em vista a defesa fronteiriça dos estados membros, a luta contra
o terrorismo, a cooperação económica e o desenvolvimento regional.
Cinco anos depois, fazem parte da SCO, como membros observadores, a Mongólia,
a Índia, o Paquistão e o Irão. O Afganistão foi convidado para a reunião de amanhã.
Nos EUA há quem veja na SCO uma EurAsian, um contrapeso à Nato. Há dias
a Al-Jazeera tambem fazia referência à Nato asiática. É preciso avaliar o que está
em desenvolvimento naquela área do globo para compreender a criação da SCO.
Uma vastíssima área que vai desde Murmansk à Península de Kamchaka (Rússia)
até ao sul da Ásia, passando pelo Irão, o Paquistão, a Índia e a China até à Coreia.
É uma área com cerca de 3 mil milhões de pessoas, com o maior crescimento
económico mundial, e com muita riqueza energética. A Rússia perdeu influência
na Europa, mas ganha muito em aliar-se aos países do sul asiático. O país que vai
perder muito é a Austrália, no entanto podia ser uma potência importante naquela
região. Resta-lhe virar-se para a União Europeia, com quem partilha os mesmos
valores e tem os mesmos interesses. Ainda ontem um dos mais conceituados
analistas australianos desenvolvia no The Australian a ideia de que "Europe is
closer than you think". A Australia, sem a UE, ficará isolada no Pacífico Sul...

Eis como o Guardian vê o futuro de Zarqaui, Bush, Rumsfeld e Blair...
A lembrar a estátua dos "America's Founders" nas Montanhas Rochosas.





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