2006/04/02

 
Tenho sido muito crítico com os comentários de alguns dos nossos analistas,
que botam discurso nos jornais, nas rádios e nas televisões. Dois desses "fazedores
de opinião"-- que nunca esclarecem, apenas sacodem os panos do pó-- são o Vasco,
e o António Barreto. Na verdade, não sei se é pelo exercício ou pela canseira, acho
que ultimamente estão a ser mais honestos com quem lhes paga, e com quem os lê.
Estão mais certeiros, mais objectivos, menos niilistas, e, na dúvida, quedam-se pela
expectativa. Barreto, vem hoje falar de "espalhafato", no Público. No tom gongórico
e badalado, a que nos habituou. "A coisa é para ser tomada a sério", diz o Barreto,
assarapantado por "em menos de uma semana", ter o Governo apresentado grande
número de medidas, as "famosas 333", com "itens que me agradam", acrescenta.
"Felicito o Governo por ter tido a preocupação de detectar as chicanas inuteis que
tornam dura a vida de tantos cidadãos" -- confessa AB. "Estou disposto a esperar
pelos resultados e a conceder o benefício da dúvida", adianta Barreto. "Uma coisa é
certa, o Partido Socialista já não é o mesmo de há cinco ou dez anos", aduz Barreto.

Thunderbirds... no Port Smith Air Show, Arkansas, USA.

Claro que que é ele mesmo, o Partido Socialista, só que a situação do país e
dos portugueses mudou radicalmente, nestes dez anos, e para pior. Numa situação
destas, em face da crise nacional e internacional, um chefe de governo não deve
pensar apenas nos estatutos do seu partido... deve avaliar a situação de crise, com
objectividade, e propor medidas que levem à superação das dificuldades. Tal como
um bombeiro que, apesar de não ter um machado nem uma mangueira, não vai
deixar o fogo alastar, vai procurar salvar o que puder e evitar que as labaredas
consumam o resto da casa. Numa situação de emergência, há que agir com rapidez
para evitar o pior, e alterar métodos e rotinas para que, no futuro, não se repitam
os acidentes. Nada é eterno, tudo muda com rapidez, e as circunstâncias de ontem
não serão as de amanhã. O que não "muda", ou altera-- mesmo por pouco tempo--
é a morte, aquilo que é inútil, que já não se adapta às circunstâncias actuais.
António Barreto, no seu estilo gongorista, bateu sete vezes na tecla: "Esta semana
que..." aconteceu, passou, marcou, prendeu, tomou, descobriu, reduziu... (7 x 7)!

Baquba, Iraque... Em tempo de guerra, não há meninos para brincar.
Criança agarra-se aos "brinquedos" possiveis, dois pequenos cabritos...


O Vasco, depois da experiência espectral na blogosfera, onde foi acusado de
tudo e mais alguma coisa, por ter mostrado os dentes à Clarinha, está agora mais
compreensivo, mais humilde, mais "rodado" na arte de bem comentar. Ou estarei
eu a ser condescente com o Vasco? Confesso que gostei de ler, no Público, última
página, a crónica do Vasco. A sensação que me deixou, trouxe-me à memória as
aulas no Passos Manuel, nos tempos em que era devido respeito e acato a tudo o
que o professor dizia, e se algum aluno, cábula ou reguila, faltasse ao decoro, era
censurado e ensovalhado na presença dos colegas de turma, o que fazia com que
o aluno castigado, passasse a ter um comportamento "aprumado" e "respeitador
da ordem e da disciplina". De facto, o Vasco, está mais maleável, mais flexível...
Ou terei eu ficado, durante a leitura, demasiado envolvido pela suave paisagem
dos jardins da Gulbenkian, após o almoço no buffet do CAM?... Es possible!

Farta de ser apupada no Reino Unido, onde esteve em visita durante
dois dias, Condoleeza Rice viajou até Bagdade, acompanhada de Jack Straw,
membro do foreign office de Sua Majestade... Para "forçar" os iraquianos a
entenderem-se e formarem governo. Meio ano após se realizaram eleições
legislativas, xiitas, sunistas e curdos não se entendem... In progress...






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