2006/04/23

 
O entertainer do PSD, Luis Marques Mendes, continua em campanha eleitoral,
viajando pelo país para almoços e jantaradas, mas não esquecendo o papel que lhe
compete, que é o de fazer "oposição" ao Governo. E fá-lo com discursos de cassete,
que é uma variante do papel químico. Em palco, Marques Mendes segue o estilo do
do boneco da Contra Informação: discursa levantando a mão direita, depois baixa
esta e levanta a esquerda, numa ladaínha sem lógica nem senso, e menos ainda no
que toca a fulgor e brilhantismo. Mas o grande líder tem soluções para a crise,
defende "mais cortes na despesa" e "diminuição do peso do Estado", e desafia o
Governo a "arrepiar caminho". Isto, é mais do mesmo. Amanhã Manuela Ferreira
Leite virá dizer que, as medidas tomadas e em curso, devem ser regulamentadas
e depois há que aguardar pelo resultado das mesmas. Poderão ser suficientes...

Monte Rainier nos arredores de Seattle, costa oeste dos EUA, junto ao Canadá.

Sempre fui muito crítico com o Vasco, mas o homem tem feito uma reciclagem
do seu discurso político, que me leva a aplaudi-lo... "Agora ou tarde demais", é o
título da sua opinião, no Público de hoje. "Não se pode pedir a Sócrates que de
repente corrija a disformidade e o abuso em que se tornou o Estado português.
Não se pode pedir a Sócrates que anule num ano o perverso trabalho de trinta.
Nem se pode pedir que programas como o PRACE e o Simplex, que têm semanas,
produzam imediatamente o efeito visível". Mais adiante, diz o Vasco: "a frase
'reduzir a despesa' é uma declaração de guerra. Uma declaração de querra à
classe média em que o Estado sustenta em Lisboa, no Porto e no mais remoto
canto da província rural gerações de ingénuos que o Estado educou para o
desemprego e a miséria". "Portugal precisa do que antigamente se chamava
'cirurgia de ferro." Vasco P Valente termina o seu artigo dizendo que "o mundo,
o tempo e a maré não estão com" José Sócrates, mas "ou se decide agora ou se
decide fatalmente tarde demais". É verdade, e a verdade, muitas vezes, é dificil
de enfrentar. Ainda bem que o Vasco encara estes problemas com objectividade.

Vista geral de Seattle com o Monte Rainier a dominar a paisagem.

António Barreto é outro abencerragem que costumava espadeirar o governo
e as reformas de José Sócrates, mas tambem ele -- não sei por que razão -- está
a ser menos niilista e mais objectivo com a governação. Em vez de um Retrato da
Semana --de quatro colunas-- a uma só cor, isto é, limitado a um só tema, agora
trata de cinco ou seis temas de forma menos gongórica, mas de forma analítica,
resumida e nem por isso menos crítica. No que toca ao governo, António Barreto
pouco mais faz do que citar a OCDE e o FMI... Mas vem espadeirar os deputados
faltosos, o ministro das polícias, e ironizar, "neste fim de Abril, neste tão cruel
mês" com a inauguração do Casino de Lisboa que veio ocupar o lugar do Pavilhão
do Futuro", ali, "à beira Tejo, diante do sereníssimo Mar da Palha". Perante este
evento, António Barreto confessa, sereno, que "nem tudo são más notícias." [...]

Monte Rainier, visto a partir do Farol West Point, em primeiro plano.

Por falar em Mar da Palha: o palheiro do Jumento está quase vazio, quero
dizer, tem falta de palha, de jericagem, de despachos aprovados... Das duas uma:
ou o Jerico quer dedicar o palheiro a D. Corleone e seus afilhados, ou então está
para nos fazer uma surpresa, ou seja, um novo palheiro com adereços inovadores.
Não espero do Jumento uma postura diferente em relação à que tem tido com o
Governo de José Sócrates, pois o Jerico não é o Vasco nem o Barreto. Mas nunca
se sabe se um Jumento poderá, algum dia, vir a comportar-se como um político.
Os blogues do MIC estão desalinhavados. O João Tunes, de vez em quando, sai
para a estrada, e "adeus, até ao meu regresso"; o Luis Tito, inconformado com a
"directiva" dos "Dez Mandamentos do Abrupto", andou a viajar pela blogosfera
e descobriu que, os "blogs-no-sapo" são os maiores pecadores, já que "Top Ten"
daquele alojador se dedicam à temática do sexo, sexo, sexo. O Besugo e a Lolita
continuam a malhar no Delgado, no evangelista Cesar das Neves, e recusam
aderir ao franchising dos "Dez Mandamentos do Abrupto". E mais (como diria
o JMF): não abrem a "caixa de comentários" para não ter que aturar arruaceiros
nem correr com as toupeiras que andam por aí. Me to !...
O Miguel, depois clarificar a sua opinião sobre a "noite de velas no Rossio", mais
uma vez ficou quedo e mudo, em demorado silêncio. Mas quando escreve, fá-lo
de um modo muito especial, ele vê e analisa a vida de um angulo muito peculiar.
No Causa Nossa, Vital Moreira, um dos bloggers com eco em S. Bento, continua
assertivo e abreviado, mas agora tambem crítico. Defendeu o"direito de resposta"
do ex-director da PJ, e sugere ao Governo "como reduzir o défice das contas
públicas". (Não basta criticar, é preciso dizer qual é a alternativa).
O Paulo Gorjão, que já esteve para fechar o Bloguítica por duas vezes, prossegue
o seu trabalho com redobrado entusiasmo. Rigôr e assertividade é a característica
do Bloguítica. Não admira que seja citado, amiudadas vezes, na coluna Blogues do
DN. É um blogue importante, por fazer contrapeso aos blogues de direita.





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