2006/03/05

 
UTOPIA E REALIDADE...

Jerónimo de Sousa acusou o governo de "andar a engordar a banca", que é como
quem diz: os Bancos nacionais aumentam os lucros, graças ao dinheiro do Governo.
É uma afirmação demagógica, populista, irresponsável. Serve apenas para consumo
interno do PCP, para alimentar o sonho e a utopia dos seus militantes. A realidade
é bem diferente, e seria um desperdício de tempo, explicar onde a banca vai buscar
o aumento dos lucros, feito à base da "venda de activos não estratégicos", cá dentro
e no estrangeiro, racionalidade na exploração de balcões, aumento das comissões
por serviços prestados, trading e redução de pessoal por concentração e utilização
das novas tecnologias... Isto é compreensível, mas o PCP, para manter a militância
dos comunistas antigos, -- e que vão pagando a quota -- procura manter o "sonho"
do comunismo, quando ele verdadeiramente já não existe neste mundo. É triste...

O Congresso Nacional do Povo está reunido em Pequim, durante
uma semana, para debater a política económica e social dos chineses.


O grande bastião do comunismo, da economia planificada, do partido único, era
a China. Mas o pragmatismo dos seus dirigentes, a paciência e a sabedoria chinesa,
fizeram com que procedessem ao aggiornamento do Partido Comunista Chinês,
por forma a darem o "grande salto" político, económico e social, sem correrem o
risco da ruptura abrupta e brutal, como sucedeu em Moscovo na década de 1990,
onde as máfias tomaram conta dos bens e da economia do povo russo. Hoje a China
afirma-se como "um país, com dois modelos económicos" em desenvolvimento, e
um crescimento de 9,5% ao ano. Neste momento decorre o Congresso Nacional do
Povo, em Pequim, para avaliar as medidas que o governo vai implementar durante
os próximos cinco anos. A prioridade, é criar condições para aumentar a riqueza dos
750 milhões de agricultores chineses, alterando formas de produção, recomendando
o associativismo, indicando as principais necessidades agrícolas do país, fomentando
novas indústrias agro-alimentares, etc. Depois da revolução industrial, é a hora dos
camponeses mordernizarem a produção agrícola e colherem os benefícios da terra.

O governo chinês vai dar prioridade aos camponeses, promovendo
a agricultura em escala, introduzindo novas espécies, facilitando a
mecanização e construção de complexos agro-industriais...


Outro gigante que andou durante muitos anos na órbita do socialismo, é a Índia.
Agora está a caminho de ser a terceira potência comercial na Ásia. Com uma cifra
de 1.100 milhões de habitantes, uma economia a crescer 8,5% ao ano, a Índia é o
maior fornecedor de outsorcing aos EUA, o país com mais engenheiros electrónicos
a trabalhar em e para as empresas de Silicon Valley, tem algumas das maiores e
mais relevantes empresas de novas tecnologias cotadas no NASDAQ, e é o maior
alocador de call-centers de todo o mundo. O actual primeiro-ministro, Manmohan
Singh, é o pai da revolução indiana, pois foi em 1990, como ministro da economia,
que procedeu às reformas económicas que haviam de levar a Índia a crescer e
sair do marasmo em que se encontrava. Manmohan Singh, que é sikh, voltou dez
anos depois -- após os nacionalistas hindus perderem as eleições -- agora como
primeiro-ministro. A Índia, dentro de 20 anos, será a quarta economia do mundo.

George Bush, onde quer que vá, semeia a violência. Foi assim na
Índia, e acabou por ser no Paquistão dos madrassas, as escolas onde
aprendem os talibans. Duas bombas mataram tres pessoas e feriram
34, junto ao Hotel Marriot e frente ao consulado americano em Karachi.


O mundo está em mudança, mas os "velhos comunistas" continuam a não ver
a realidade. Preferem sonhar, esconder a realidade aos seus militantes. É triste.
Quem "sabe" da realidade das coisas, são os States, e em especial George Bush...
Que "largou" os problemas internos--da FEMA, Katrina e as sondagens baixas--
para ir tratar de negócios no Paquistão e na Índia... São duas potências nucleares,
mas a Índia não subscreveu o TNPN. Apesar disso, e contra isso, George Bush
vai vender tecnologia nuclear, reactores nucleares, matérias-primas (urânio) à
Índia. 14 dos 22 reactores nucleares instalados e a funcionar, vão ser visitados
pela AIEA; os restantes 8, são militares e Bush confia na Índia: nunca vendeu
tecnologia à Coreia do Norte, ao Irão e à Líbia, como o fez o Paquistão...Com esta
atitude, George Bush deixou a Austrália a chuchar no dedo... Não queria vender
urânio à India por esta não ter assinado o TNPN, mas agora decidiu vender urânio
à China -- represália? O primeiro-ministro australiano, John Howard, segundo a
notícia do The Australian, já se prepara para visitar a Índia, sendo esperado em
Nova Delhi, para negociar reactores, e, possivelmente vender urânio... É a vida!
Este, é o mundo da política, dos negócios, da realidade de hoje... No entanto, os
comunistas (de alguns países), continuam a não querer ver a realidade de hoje.





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