2006/02/28

 
FIM DE CARNAVAL...

A imprensa, e os jornais em particular, tambem devem ser questionados. Deixei
de ler o Público -- que está a ficar para trás -- e passei a leitor do DN, que está em
franca melhoria, com bons colaboradores (excepção para o incrível DL), o grafismo
é mais dinâmico, e a cor total das suas imagens é uma mais-valia, como se pode ver
hoje, ao apresentar cenas de Carnaval em muitas partes do mundo. Está brilhante.
Mas o DN não deixa de "pecar" quando utiliza critérios editoriais que nem sempre
são claros. Repare-se na edição de hoje, com uma primeira página empastelada por
dois assuntos bizarros. O DN não deve copiar a matriz do tablóide 25 Horas, ainda
que este, seja do mesmo grupo de media, a ControleInveste da Olivedesportos...
O DN, que inexplicavelmente ignora Angola -- como faz a maior parte da imprensa
lusitana-- informa que o "excessivo protagonismo" do chefe da secreta de Eduardo
dos Santos, levou este a demiti-lo... A imprensa rebola-se toda com as peripécias
das "secretas", sejam elas angolanas, sejam portuguesas. O essencial, nunca chega
a ser notícia. Parece que têm vergonha do maior país africano, que fala português.

Deve haver algum "lobby" contra Luanda, desde os tempos da Jamba, quando
os oportunistas fretavam aviõezinhos para visitar Savimbi, mas fugiam de Luanda,
onde estava o poder e o governo de Angola, com quem a comunidade internacional
se entendia. Ainda agora, o ministro da Defesa, Luis Amado, esteve em Luanda a
tratar de acordos de defesa e segurança com o governo de Eduardo dos Santos.
Mas a nossa imprensa, ignorou o facto. Apesar de ser uma notícia relevante, pois
tem a ver com formação e fornecimento de material às FA de Angola. De seguida,
Luis Amado foi visitar a República Democrática do Congo, possivelmente tratar de
assuntos importantes relativos à segurança na região e conforme as instruções da
ONU para aquele país, onde existe uma força militar de interposição internacional.
A nossa imprensa ignora Angola, por alguma razão que eu desconheço, e porque
parece ter "remorso" do passado colonial. Para sabermos de Angola, temos que ler
a imprensa chinesa (em inglês), americana ou francesa. É uma vergonha.

O outro assunto puxado pelo DN para a primeira página, é a história do velhote
alcunhado de "avô Metralha". Isto é estúpido, porque nem os netos têm culpa de
ter um avô vigarista, nem o juiz que o vai julgar lhe vai reduzir a pena pelo facto de
ser "avô". Mas adiante. O vígaro até nem gosta que lhe chamem "avô Metralha";
o que ele gosta é ser conhecido como "Texas". (Na infância deve ter visto muitos
filmes sobre bandidos e biografados como o Al Capone). Este assunto do "Texas"
era apropriado para um tablóide como O Crime ou mesmo o 25 Horas... Mas
o DN deve ter achado a história comovente: um velho que roubou uns bonbons,
quando ele só queria roubar o canhão de uma máquina para fazer um molde e
falsificar documentos para "importar 10 luxuosos carros" roubados nas ruas de
Amesterdam, para depois vender aqui ou em Espanha, ganhando com esse tipo
de crime, 250 mil euros... Esta história, só podia ser contada no DN (por graça),
em época de Carnaval... Mesmo assim, peca por contribuir para o "orgulho" dos
vigaristas. Pela descrição da história, dá-se "formação" a novos candidatos que
estejam na disposição de seguir o exemplo do "Texas". Não percebo o critério de
jornais de referência, que se aprestam a fomentar e a "acarinhar" este tipo de
vigaristas. O que o "Texas" precisa é de um psiquiatra, não é da "compreensão"
de um jornalista, a fazer campanha pública pelo "avôzinho" que levou toda a sua
vida a roubar, vigarizar e esbanjar o dinheiro dos outros. Acabou o Carnaval...

O "Texas" gosta é de "assaltos", sheriffs e marshalls, como o outro...





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