2006/02/16

 
Continua a dedicar-se abundante espaço, tempo e atenção ao episódio dos
cartoons anti-Islão, sem que, até agora, se vislumbre um consenso, uma súmula
sobre o que está em causa. O pensamento dos nossos analistas é assim, não capta,
não apreende a síntese dos factos, em tempo útil. Demora dias, semanas, meses,
anos para chegar a concluir algo. Porque se trata de um exercício da mente, em que
o pensamento é usado, mas este só funciona com dados à posteriori. Trabalha com
factos passados, com a experiência do passado, com elementos daqui e dali, com
com ideias deste e daquele académico, filósofo ou simples historiador. Mas o puzzle
de ideias não encaixa nas condições actuais, porque o passado já não está presente.
No entanto, insistem em "explicar" os factos do presente, em molduras do passado.
Estes analistas não são intuitivos, criativos, genuinos. Agarram-se às certezas do
passado, porque essa é a tábua de salvação dos que são incapazes de produzir uma
ideia nova, de fazer a leitura do que está a acontecer aqui e agora... Só lhes resta
divagar, pensar, comparar, deduzir, errar... O agora apreende-se, capta-se...

Bem prega Frei Tomás... Depois do inferno de Abu Ghraib em Bagadad
temos agora as provas da tortura exercida pelos militares, a Sul, em Basora.


Os intelectuais analistas, botam discurso como sendo lei divina. Soltam o cérebro,
divagam por este e aquele caso, comparam o passado com o presente, tiram ilações
erradas, perdem-se nas conclusões finais, voltam ao atalho mais próximo, tentam
mostrar a sua "verdade" dos factos; reflectem, têm dúvidas, voltam ao princípio,
correm pelos cantos da história (do passado), para explicar a "causa", imputar os
erros cometidos -- dos outros, não os seus -- para declarar a verdade definitiva...
Mas nesta vida, tudo é relativo, nada é definitivo, e a verdade não se explica nem
se demonstra: ela revela-se. Só que os dialéticos pensadores não compreendem
tal coisa, e, por isso, escrevem milhões de palavras, uma infinidade de argumentos
e mil e uma tontices, para explicar o que é evidente, real e verdadeiro... e nem
sequer precisa de ser explicado em convénios, tratados ou convenções. Basta olhar,
testemunhar, meditar... O uso do verbo e do pensamento, são como o vento: estão
sempre em movimento, nunca param para observar... e ver a razão das coisas.

A liderança das tropas invasoras do Iraque continua a surpreender-nos
pela sua capacidade de humilhar e torturar o povo que dizia ir libertar
da tirania. O descrédito provocado por este comportamento das tropas
da Coligação, coloca todos nós numa situação de imoralidade e hipocrisia.





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