2006/01/06

 
Afinal a "toupeira" da Iberdrola na EDP, Joaquim Pina de Moura, não conseguiu
alojar-se no conselho directivo da eléctrica portuguesa. Não se conhecem as razões
que levaram a esta retirada, se foi a pressão da opinião pública, o "esclarecimento"
pedido por Jorge Sampaio ou simplesmente a vontade do Governo. Mas creio que
a "toupeira" desde há muito tempo sabia que a sua intrusão na EDP não era coisa
fácil, nem sequer legal. Mais, Pina de Moura já estaria avisado pela séde de Madrid
que esse intento não seria conseguido, mas o ex-ministro da Economia jogou cartas
até ao final do jogo, convencido de que poderia chegar a ocupar a cadeira do poder
na EDP, ainda que temporàriamente. Na verdade, se o Mibel-Mercado Ibérico de
Electricidade entrar em vigôr, e tudo se encaminha para que aconteça este ano, a
Lei espanhola da concorrência não permite que empresas ou grupos empresariais
que tenham quota superior a 10 por cento do mercado participem nos orgãos de
administração de outros operadores que actuem no mesmo sector. A Lei 6/2000,
complementada pelo decreto-lei 5/2005, define o quadro regulador do MIBEL...
Não acredito que Pina de Moura não soubesse disto, através da Iberdrola.

À margem da pré-campanha para as presidenciais, que prometi não abordar,
verifico que vai por aí grande indignação pelo facto de, em Grândola, num comício
de apoio a Cavaco Silva, se ter cantado a "Grândola Vila Morena"... Pelo que li,
esta canção tem "donos", só pode ser cantada por alguns portugueses e por uma
parte dos grandolenses. Se fosse cantada em Beja, Albernoa ou Aljustrel num
comício de apoio a Cavaco Silva, ainda podia soar a coisa estranha, mas não, foi
cantada em Grândola, por grandolenses... Afinal a voz de Zeca Afonso pertence
ao povo, ou não? É património de todos os portugueses, ou é apenas de alguns?
Estamos na presença de mais um "fait divers" inventado pelo gabinete criativo
do candidato "ouvidor"? E se amanhã, num comício de Cavaco, alguem começar
a imitar o Pakman, que vão dizer os "ouvidores"? Será que a Kátia Guerreiro
não vai poder cantar, depois das eleições presidenciais? E se os cavaquistas
derem uma de baile, ao som do "Chico Fininho", um concerto com os sons dos
"Já Fumega", uma rave-party com os "Xutos e Ponta-Pés" ou o "General-D"?
Custa-me a acreditar que ainda haja em Portugal, 30 anos depois do 25-Abril,
quem pense que parte da nossa herança cultural, é propriedade só de alguns...

A Música, os cantores e os roqueiros, neste tempo, não têm fronteiras.

O Processo de Paz...

... Não é possivel, os judeus não acreditam em santos. Mas pelo que
vemos, enquanto uns rezam pelas melhoras e alguns esperam ainda um
milagre, há outros que já o imaginam às portas do Paraíso... Onde só pode
entrar, depois de discutir, mais uma vez, o "eterno processo de paz"...





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