2005/12/04

 
Na campanha eleitoral para as presidenciais, a retórica de uns, consubstanciada
no "exame à próstata", e o comedimento de outros, traduzido na fuga à retórica,
são a marca dominante das ideias entre perdedores e ganhadores. Não era preciso
dizerem o que são; nós já os conhecemos... a todos. Mas o discurso do passado faz
muito pela retórica de alguns, não deixando espaço aos outros para falar do futuro.
O discurso de hoje, de amanhã e do futuro é mais técnico, mais sofisticado, menos
palavroso, mais concreto. Não é com homens do passado, que vêem o mundo como
ele era há 10, 20 ou 30 anos que o país vai encontrar saídas para a crise económica
e social em que se encontra. O discurso político de hoje precisa estar mais perto das
universidades, dos centros de investigação, dos empresários, das empresas com alto
valor acrescentado. Já não é o tempo de falar apenas do passado, dos Lusíadas ou
de mercados para venda de texteis e calçado. Hoje o mundo é diferente, quem não
souber adaptar-se às suas exigênciais, fica para trás, perde a corrida do progresso.

Até o sentido de humor, hoje em dia, é diferente.

"Rui Luis Gonçalves dos Reis, 38 anos, presidente da Sociedade Portuguesa de
Células Estaminais e Terapia Celular, lidera o grupo 3B's da Universidade do Minho,
o único grupo português que coordena uma rede de excelência da UE, a Expertissus
na área de engenharia de tecidos humanos". É esta a apresentação feita pela revista
Pública, do cientista Rui Reis, em entrevista publicada hoje, que merece uma leitura
atenta por parte de todos nós e pelos responsáveis do Governo na área da ciência
e inovação. A propósito da criação de um cluster associado aos dispositivos médicos
na região Norte, Rui Reis diz que "o grande problema será escolher as pessoas que
vão pensar a estratégia, criar o pólo e torná-lo competitivo. Se formos de novo para
um modelo super-democrático em que a participação de todas as 'vedetas do
costume', cujas estratégias neste domínio tenderam sempre a falhar, vamos voltar
aos mesmo. Só se avança com rupturas, com outras gerações, com pessoas empre-
endedoras e dinâmicas". (Tambem aqui, é o passado, que inviabiliza o futuro...).

A investigação científica em células estaminais está a ser muito disputada
em diversos países. Isto porque a saúde pública pode vir a conhecer uma revolução
ao nível das doenças, se a investigação em curso chegar a bom termo. Não é por
acaso que os maiores laboratórios mundiais estão a investir nesta área da ciência.
"É fácil imaginar que os avanços científicos nesta área podem levar a soluções
clínicas hoje inexistentes para problemas tão graves como diabetes, Parkinson,
Alzheimer, artrite, osteoporose, acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas
e até mesmo a paralisia", esclarece Rui Reis. Mas, para que a investigação possa
prosseguir, é necessário criar legislação sobre esta matéria, e o Governo até agora
não produziu nada sobre células embrionárias. Como se vê, os homens do futuro
querem levar o país para a frente, mas os homens do passado não se apercebem
sequer do que está acontecendo por aqui, no centro de excelência da Universidade
Minho... Os políticos e os empresários não podem ignorar estas oportunidades.

Todos os anos os nova-iorquinos podem admirar uma enorme
Árvore de Natal que marca o início desta quadra festiva. No Rockfeller
Centre, em Nova Iorque, onde as temperaturas descem aos zero graus.





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