2005/12/16

 
Está a haver um realinhamento no quadro de colaboradores de alguns media.
O caso mais recente é o de Miguel SousaTavares, que abandona o Público e salta
para o Expresso. Para despedida, MST escreve no Público de hoje, um auto-elogio
pelos catorze anos da sua "magistratura de influência" como comentador. Proclama
que defendeu, e em minoria clara, a Guerra do Golfe... Os dez anos de cavaquismo
deixaram-lhe uma incurável embirração por Cavaco, a quem atribuiu os males de
que os portugueses sofrem, sem esquecer o guterrismo, que tambem nada fez...
Sim, "Guterres começou a 'deixar andar', entregando a governação aos 'cardeais',
'bispos' e 'sacerdotes' do novo socialismo. Quando o "impensável Santana Lopes"
foi nomeado primeiro-ministro, houve quem reclamasse o 'benefício da dúvida',
mas MST não: "Eu cá não: estão aí os arquivos do Público para o provar... "Ainda
ele não tinha tomado posse, e já eu antevia um país transformado em anedota
".
"Fui dos primeiros a alertar para o descalabro da justiça; fui dos primeiros a
alertar para a falta de uma política de ordenamento territorial"[...] "Anos e anos
a fio insurgi-me contra a cobardia diplomática face à questão de Timor"[...]Escrevi
até me cansar contra a regionalização socialista
", uma causa perdida.[..] Escrevi
a favor da intervenção na Somália, a favor da morte dos touros em Barrancos".
[...] "Este breve balanço é uma despedida. Sem rancores e já com saudades"...
(MST anda a dizer que nada mudou, neste país, mas está convencido de que,
graças aos seus escritos, conseguiu mudar muita coisa em Portugal... Faz a festa
e deita os foguetes. Faz o panegírico laudatório de si mesmo... Ao que chegou MST.
Em face disto, cheguei à conclusão de que o "actual" MST vai ficar muito bem no
retrato ao lado do arquitecto Saraiva, no semanário Expresso... Que leve tambem
o Vasco [PV], esse indígena que trata os portugueses por "bananas" e "patéticos").

Discordo do papel que Jorge Coelho tem desempenhado, por sugestão do
PS ou do candidato presidencial Mário Soares, lançando para o ar o argumento
de que, se a esquerda não votar no candidato do PS, esta será responsável pela
vitória de Cavaco Silva à primeira volta. Jorge Coelho, depois de levar o PS à
derrota nas eleições autárquicas, devia ausentar-se da ribalta política durante
uns bons anos. Não está em condições de falar pelo PS, é a pessoa menos indicada
para lançar bolas ao ar, e muito menos para falar com os partidos da esquerda...
Já nas autárquicas não conseguiu a unidade da esquerda para ganhar Lisboa,
Porto e Oeiras. Não seria agora que iria conseguir esse mesmo desiderato para
as presidênciais, quando o PS não teve um entendimento mínimo quanto ao
nome do seu próprio candidato, nem o fez em tempo útil para poder estabelecer
um acordo com os parceiros à sua esquerda... Agora é tarde para voltar atrás.

MEA CULPA: Ontem, ao fazer o meu acto de contrição por ter chamado
desertor a Manuel Alegre, dirigi-me ao João Tunes e não mencionei o Luis Tito,
a quem eram devidas desculpas, pois tambem ele, no Tugir (Post 1.791), se
insurgiu contra o que eu havia escrito. Só hoje, ao completar a minha ronda pelos
blogues que me acompanham, tive conhecimento disso. Mas o Luis Tito deixou-
-me alegre, pois não só já tinha aceite as minhas desculpas, como se mostrou
compreensivo com o meu mea culpa. Tenho bons e leais amigos na blogosfera.
A amizade e a lealdade são dois esteios fortes na vida das pessoas. Bem hajam.

Rio Wisconsin, EUA... O rigôr do Inverno está bem patente no gelo que
cobre o leito do rio, e pende sobre as árvores que completam a paisagem.





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