2005/12/05

 
A Auto-Europa, mesmo a laborar a 70 por cento, representa muito para o país.
Para alem dos 1.400 trabalhadores qualificados que ali fazem carreira, devemos
considerar tambem os 5.000 que trabalham directamente em cerca de 20 fábricas
que fornecem a Auto-Europa: pneus, antenas, faróis, auto-rádios, jantes, estofos,
laminagem, vidros, para-choques, tapetes, cabelagens. Alem disso, e não é pouco,
a actividade económica da empresa representa 1,22 por cento do PIB português.
Cerca de 95 por cento da produção da Auto-Europa destina-se à exportação. Não
admira pois que o Governo, os empresários e todos nós estejamos preocupados com
o futuro daquela grande empresa, quando se sabe que falharam as negociações para
o aumento dos salários. Esperemos que o bom senso leve ao entendimento entre as
partes, tal como aconteceu há dois anos, e cujo resultado chegou a ser imitado por
outros fabricantes de carros na Europa. Se na altura as condições de mercado eram
sombrias, neste momento, ainda são piores, pois a Auto-Europa perdeu a produção
do TT Marrakesh, a favor da fábrica na Alemanha, onde s trabalhadores aceitaram
igualar os custos da fábrica de Palmela... Quanto ao cabriolet EOS, só vai começar a
sair de fábrica lá para fins de Fevereiro... e ainda falta provar que este modelo vai
ser um sucesso de vendas. Se não fôr, os postos de trabalho serão inevitávelmente
reduzidos. Por tudo isto, desejamos que haja um acordo laboral na Auto-Europa.

Wen Jiabao, primeiro-ministro da China, está na Europa para negócios.
Chegou oontem a França, para uma visita de quatro dias. Esteve em Toulouse,
nas fábricas da Airbus... e encomendou 150 A320, cerca de 9,700 mil milhões
de euros. E o contrato para uma fábrica de montagem destes aviões na China.
Mais 150 milhões de euros em equipamento para o Shitai de alta velocidade.


Em seguimento do que aqui foi escrito ontem, sobre a investigação em células
estaminais, baseado na entrevista que Rui Reis, investigador da Universidade do
Minho, concedeu à revista Pública, leia-se as questões colocadas pelo Público de
hoje ao director do Instituto Gulbenkian de Ciência, António Coutinho. Mais uma
vez se fica com a sensação de haver um enorme fôsso entre investigadores que
procuram revelar o futuro, e o Governo e empresários que continuam a ignorar
o que de brilhante se vai fazendo em Portugal na área da ciência e investigação.
"Há muitos jovens médicos interessados na investigação", diz António Coutinho.
"O que falta em Portugal são programas que permitam aos médicos fazer douto-
ramento sem ter de interromper a actividade clínica, como nos países europeus".
Mais uma vez se nota que em Portugal os políticos não ouvem os investigadores.
Os nossos políticos, quase todos, são incapazes de entender o discurso sobre o
futuro; os políticos continuam a falar do passado, a apontar os feitos do passado.

Depois da França, Wen Jiabao vai à Eslováquia, República Checa e depois
a Portugal. Vamos ver se fazemos negócios com a China... No segundo dia, Wen
visitou o local onde vai ser construido o ITER-Reactor Termonuclear Europeu,
perto de Marselha, e no qual a China participa como associada. Mas a China
já comprou mais: à Eurocopter, helicópeteros de 6 toneladas carga. E comprou
à Alcatel-Alénia Space, um satélite de comunicações... E nós a vê-los facturar..





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