2005/11/28

 
Os conselheiros da campanha eleitoral de Super-Mário alteraram a estratégia
seguida até agora, que consistia em atacar o candidato Cavaco Silva de modo a
trazer este para a chinfrineira da praça pública. Contudo, não conseguiram este
objectivo, e ainda por cima beneficiaram Cavaco Silva, já que este tem subido nas
sondagens. Agora Super-Mário fala apenas de si -- "Fui eu que inventei, como se
lembram, aquela frase: o direito à indignação". Enquanto Super-Mário mostra os
registos das suas patentes e invenções, Cavaco Silva continua a afirmar quem é:
"Não nasci em casa de abundância. Foi pela educação e pelo trabalho que consegui
subir na vida". A par destas duas campanhas, uma de "aristocrata" outra de um
"plebeu", corre a do candidato independente, Manuel Alegre, que defendeu a
participação das mulheres e acusou a partidocracia de "meterem as mulheres nas
listas e depois substituem-nas [por homens]; o Jerónimo de Sousa agora virou-se
para a "macacada", subiu à árvore, e, do seu galho, proclamou: "Cavaco é macaco
sábio, não ouve e não fala, mas tira partido do silêncio". (Jerónimo apenas ouve
o que ele próprio diz); já o candidato de "olhos nos olhos", Francisco Louçã, avisou
que os "círculos uninominais, são círculos de homens, são círculos de exclusão das
mulheres" (Este candidato vai ser penalizado por causa do seu "olhar" desafiador).

António Borges, futuro candidato a presidente do PSD, em entrevista dada
à RR/Público, disse do OE de Estado, o que Marques Mendes não foi capaz de
admitir na Assembleia da República. António Borges concorda com a maior parte
das medidas deste Governo, mas não deixa de criticar o que, do seu ponto de vista,
poderá ser irrealista. Ao contrário de Marques Mendes, que parece estar agora a
defender o orçamento e as medidas populistas de Santana Lopes, António Borges
sabe do que fala, das medidas que devem ser tomadas para ultrapassar a crise
económica e financeira, e não se abstem de, objectivamente, apresentar soluções
e criticar aquilo que lhe parece errado. Aliás a opinião de António Borges vem na
linha de Manuela Ferreira Leite, Miguel Cadilhe e Eduardo Catroga, que sempre
colocaram o interesse do país acima dos seus interesses partidários. A exemplo
do que se passa em Inglaterra e noutros países europeus, onde não é necessário
haver pacto de regime para aprovar políticas correctas, eram bom que os nossos
dirigentes políticos colocassem sempre, em primeiro lugar, os interesses do país.

Miguel Cadilhe, ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva, que foi obrigado
a demitir-se por suspeição de falta de pagamento do imposto de sisa do andar
que havia comprado nas Amoreiras, parece ter bebido a cicuta do ressabiamento.
Desdenha de Cavaco Silva, talvez por este não lhe ter dado a "confiança política"
necessária para se manter como ministro; desdenha de Sócrates, do seu Governo
e do Plano Tecnológico, talvez por ter sido apeado da presidência da API-Agência
Portuguesa para o Investimento. Agora que Cadilhe está fora do aparelho estatal,
diz o contrário do que dissera há meses atrás... Mal vão os políticos e os homens
de Estado, quando vêm para a praça pública desdenhar de quem lhes deu lugar,
fama e proveito, e queixando-se por terem sido preteridos e olvidados...

Vai por aí um grande sururu por causa dos crucifixos... Há quem defenda
as cruzes nas escolas, mas tambem há quem não goste de ver as cruzes nas
paredes. Todos temos a nossa cruz... Até um evangelista tem a sua cruz.
Que o diga George Bush, que tem à entrada do seu Rancho em Crawford,
tantas cruzes quantos os militares mortos na Guerra do Iraque... Digam lá
se este espectáculo não é uma "cruz" para todos os norte-americanos...





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