2005/11/15

 
Não há dúvida que Jerónimo de Sousa está a mudar a praxis do PCP, pelo menos
no que toca às relações com a imprensa. É evidente a simpatia de que goza Jerónimo
de Sousa por parte de alguns jornalistas e comentadores de direita. Não admira pois
que o dirigente comunista, em vez de apresentar o manifesto da sua candidatura à
PR nos salões de "A Voz do Operário" ou no Pavilhão Carlos Lopes, tenha optado por
um local mais burguês, os salões do hotel Altis... Nada menos que isso, pois se Mário
Soares e Manuel Alegre utilizaram as facilidades concedidas na unidade hoteleira do
centro de Lisboa, porque não haveria o PC de fazer igual? Ou pensam que o PC não
está conseguindo o seu aggiornamento? Falta é conhecer a opinião dos militantes...
Quanto ao discurso, estamos conversados. Jerónimo de Sousa fez e disse o mesmo
de sempre; contra o grande capital, por mais emprego, melhores pensões, e contra
a globalização. A economia, para o candidato do PC, resolve-se com um presidente
que defenda e faça cumprir a Constituição... Não se percebe bem, mas fica assim...

Com a apresentação do manifesto eleitoral de Jerónimo de Sousa, está completo
o quadro de candidatos oficiais à Presidência da República. Há ainda tres ou quatro
outsiders, como Vieira (dos Ena Pá 2000), o Garcia Pereira, a Carmelinda Pereira
e o José Maria Martins. Mas estes são candidatos folclóricos. Apenas se servem
dos meios públicos de rádio e televisão para se promoverem, e confundirem os
eleitores com a "pregação" dos seus discursos escritos. É verdade que a eleição do
PR não é a salvação da Pátria, nem a concretização dos nossos sonhos ou o remédio
para os males da nossa economia. Mas a cinfrineira em que o país tem vivido, leva
a que o presidente ideal, seja uma pessoa de menos palavras e de mais apoio ao
Governo e ao primeiro-ministro. De facto, quem pode resolver a crise económica
em que o país vive, é a acção governamental, os empresários e os trabalhadores
que estejam interessados em fazer alguma coisa em favor do seu país. Mas um
presidente sério, honesto, rigoroso e sem vassalos à sua volta, tambem ajuda.

António Caldeira do Portugal Profundo, foi intimidado, viu a sua casa devassada
e moveram-lhe um processo por desobediência . Feito o julgamento, foi absolvido.
"Há uma vitória da cidadania e da blogosfera, contra o abuso de poder. Trata-se
de abuso de poder, uma vez que fui acusado de ter desobedecido a uma ordem
que não conhecia" -- confessou António Caldeira, após conhecer a decisão do
Tribunal da Boa Hora. Felicito AC por estar em paz e em liberdade, livre e isento.

NOTA: No meu post de ontem, referi que a barragem de Foz Côa havia
sido inviabilizada pelos ambientalistas. Recebi um e-mail de Luis Lavoura, que
à data era membro com responsabilidades na Quercus, onde afirma que "os
ambientalistas não são parvos, e não lutaram contra a barragem do Côa porque
sabiam que, se ela não fosse construida, então querer-se-ia construir uma
barragem no Sabor -- e sob o ponto de vista ambiental o Sabor tem 100 vezes
mais valor do que o Côa". Agradeço a Luis Lavoura ter avivado a minha memória
e demonstrar, com o seu depoimento, o erro de parar a construção da barragem.





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