2005/11/07

 
Já estamos habituados aos compêndios e glosários políticos com que o abrupto
José Pacheco Pereira nos brinda semanalmente na "sua" página do Público; nem
tão pouco estranhamos as proféticas crónicas laudatórias do incrível Luis Delgado.
Mas surpreendemo-nos com a catequese dos evangelistas da Católica, quando nos
vêm mandar rezar, como aconteceu hoje com o professor Mário Pinto no Público,
e o evangélico economista, João César das Neves, no Diário de Notícias. Como não
sou leitor do DN, limito-me à resposta que o amigo Manuel Gomes me deu, quando
lhe perguntei: e o César das Neves, vem falar de quê?--Manda-nos rezar, disse-me
com desalento e tristeza. Incrédulo, peguei no DN e li tres parágrafos; "Se Jesus não
estivesse vivo, não deixaria de haver justiça" [...] "Se Jesus não estivesse vivo, não
deixaria de chover" [...] "Se Jesus não estivesse vivo, não deixaria de haver amor".
Que grande teólogo me saiu este economista da Católica! Estará ele a falar de algo
desconhecido, como por exemplo das "variáveis" que influenciam os resultados
económicos, e de cuja existência só ele saberá, por graça e favor do divino?...

... Há uma grande inflação de santos. Com a devida vénia do Frangosparafora.

Já o professor Mário Pinto, escreve no Público, em A tempo e a contratempo,
sobre "Sinais dos tempos"... Por tudo e por nada, mas a propósito do que está
a passar-se em Paris, é o leitmotiv para Mário Pinto desenvolver uma teoria sobre
os sinais apocalípticos deste nosso mundo. "Os sinais de Paris", são o efeito de
causas como a existência de "não baptizados", a falta do "rito sacramental", da
"graça imerecida" que é a "salvação em Cristo", da "ingovernabilidade do Estado
social", da "decadência das virtudes", da ausência de "nova evangelização", etc.
No meio de tudo isto, ainda aparece uma citação de Dahrendorf, intitulada "a
política da frustração" e o "Congresso Internacional para a Nova Evangelização"
que está (?) a decorrer em Lisboa... A mim, o que me faz cismar é o professor ver
os "sinais de Paris" como "um sinal dos tempos", que me parece bem observado,
mas o que eu não consigo entender é o seguinte: será que os problemas sociais,
económicos, inter-étnicos e conjunturais podem ser resolvidos com uma "Nova
Evangelização" do mundo?... Mas não é isso que diz o Bin Laden? Afinal, qual é
a diferença entre evangelistas cristãos e seguidores do Profeta?

Os "evangelistas" vêem nisto o "sinal dos tempos" e atemorizam-se.
Os promotores da "Intifada de Paris" querem deitar à fogueira o ministro
Sarkozy, mas a raiva e o desespero não os deixa pensar em como poderiam,
de outro modo, humilhar o homem que lhes chamou de "escumalha".


Entretanto...

...Apreciemos as côres do Outono em Jiuzhaingu, província de Huanglog,
na China, onde predominam espécies de zelha, carvalho silvestre, acer, etc.





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