2005/11/10

 
A apresentação do OE de Estado na Assembleia da República, é um espectáculo
onde a mesquinhez humana chega a suplantar as convicções políticas dos deputados
da oposição. Tendo em atenção a críse económica, financeira e o défice das contas
públicas, exigir-se-ia de qualquer governo, um orçamento de rigôr e transparência.
O orçamento apresentado pelo Governo de José Sócrates, tem merecido aplausos e
elogios de parte de economistas, empresários, políticos e até de alguns sindicalistas.
Mas a oposição, e em especial o PSD -- pelo seu peso eleitoral -- em vez de ajudar
e incentivar o Governo a prosseguir uma política de rigôr, encontra sempre razões
para "votar contra". Tendo o PSD sido governo nos últimos tres anos e meio, sem
que tivesse conseguido fazer o que se impunha -- e que está sendo feito pelo PS --
não haveria razão para os social-democratas desdenharem deste Orçamento. Mas a
diminuta dimensão intelectual e moral dos nossos políticos, não lhes permite serem
isentos no exercício das suas funções. Preferem afirmar-se pela negativa, pondo
de lado o interesse nacional, negando o que é bom, promovendo o que é péssimo.

Não admira que Jerónimo de Sousa, líder dos comunistas, tenha um discurso
de "mais emprego, melhores salários, melhores pensões" porque, estando longe
de assumir responsabilidades de governo, não perde mais por isso; não admira
que os trotzquistas mancomunados no Bloco de Esquerda, dirigido por Francisco
Louçã, reivindiquem "mais regalias, melhores condições de vida para todos, e
menos lucros para os banqueiros", porque essa é a razão de estar na política da
élite intelectual, denfensora dos direitos das lésbicas e gays, e que se colam ao
mosaico político do Bloco. Comunistas e troztquistas, sabem que nunca serão poder
pelo que se limitam a reivindicar... embora raramente consigam o que pedem, e
acabem desacreditados junto do eleitorado. E o PSD de Marques Mendes, à falta
de liderança e de ideias para Portugal, está a enveredar pelo caminho daqueles
dois pequenos partidos... Até já faz as mesmas reivindicações, e acusa José
Sócrates de insensibilidade política, quando o primeiro-ministro reduziu parte
dos previlégios a funcionários públicos, magistrados, polícias e militares... O PSD
faz falta ao país, para alternar no poder. Deve ter um discurso com sentido de
Estado, mais responsável, credível e agregador para o país sair da presente crise.

Reivindicar aumentos salariais e melhores regalias para os funcionários do
Estado, é fazer o jogo dos "pequenos", dos irresponsáveis -- porque eles nunca
serão chamados a governar o país. Era bom que o PSD assumisse uma oposição
crítica, mas construtiva. Para que os portugueses não se desiludissem tanto com
os "políticos", para que não chegassem até nós as cenas parlamentares que têm
sido transmitidas pela televisão e outros media: uma comédia de quezílias e birras
protagonizadas por líderes sem ideias, sem sentido de Estado. Cenas semelhantes
à discussão entre claques de futebol, perguntas-respostas-contraperguntas sem
sentido nenhum, um deserto de ideias... Não se admirem da opinião que o povo
tem sobre os políticos. Os nossos deputados carecem de honestidade intelectual.

Negócios da China... Tony Blair e Hu Jintao parecem satisfeitos com o volume
de negócios feitos em Londres. A Lloyds of London vai entrar na China, a ARUP
(consultores de engenharia) vai preparar um "master-plan" para a construção
de novas cidades na China. A Rolls-Royce vai facturar à Air China 800 milhões
em motores para aviões e a TRENT 700 vendeu motores para equipar uma
frota de 20 Airbus A330-200... E muito mais... Num total de 1.300 milhões de
dolares... A "Fábrica do Mundo" é um grande negócio... E nós, a vê-los passar!





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