2005/10/28

 
Tendo começado pelo Centro Cultural de Belem, obra emblemático dos tempos
em que Cavaco Silva foi primeiro-ministro de Portugal, o agora candidato à PR
foi até à Invicta Cidade para apresentar ao país o seu manifesto de candidatura,
justamente no nobre edifício da Alfândega do Porto. Como homenagem ao trabalho
e à riqueza criada naquela região nortenha, mas tambem ao espírito empreendedor
e ao dinamismo que as suas gentes sempre mostraram. Sabemos agora com o que
podemos contar. Com um candidato que vai esforçar-se "para que a seriedade,
a honestidade e a transparência imperem na política". Para acabar com a oratória
desbragada, a verborreia populista e eliminar, definitivamente, "a má moeda"...
Para que os "cidadãos sejam mobilizados para uma participação mais intensa e
exigente na vida cívica". Para que "aqueles que servem a causa pública em lugares
políticos sejam vistos pelos cidadãos como honestos, competentes e rigorosos
".

Portugal, depois dos anos do "Poder Popular", depois das "receitas" dadas
pelo FMI no início de 1980 (a pedido de Mário Soares), depois da integração na
CEE/UE, depois de chegarmos ao "plotão da frente" e ganharmos a nova moeda
(o Euro) , depois de gastos os fundos europeus em Auto-Estradas, pontes, ETARs
e em "rotundas" autárquicas; depois dos políticos de "chinelo", dos oportunistas
e dos autarcas caceteiros e vezeiros em violar a lei, graças aos advogados que
nela descobrem "buracos"; depois das diatribes proferidas contra tudo e contra
todos pelo "régulo" do jardim madeirense, depois das bagatelas, das frivolidades,
dos desaforos de alguns, das futilidades de outros e da "bandalheira" em geral,
é tempo de o povo português se convencer de que o Estado vive uma gravíssima
crise. Para sair desta crise, os portugueses precisam ser optimistas, ter confiança
e trabalhar noutros moldes. É preciso uma mudança. No discurso dos políticos,
mas tambem na mentalidade dos portugueses. Para isso conta muito a imagem
do novo Presidente da Repúlica: austero, grave, rigoroso. E Cavaco Silva possui
estas qualidades, umas vezes severo outras vezes atencioso e humilde, mas sem
perder a nobreza inerente à função de professor académico. Claro que as élites
urbanas têm dúvidas, não gostam de estranhos, daqueles que não são da sua
casta, que subiram na vida a custo de estudo e trabalho. As élites gostam de gente
de "boas famílias", com nomes sonantes, ligados à "indústria" ou à alta finança,
pois hoje não se pode falar em descendentes da Casa de Bragança, nos Lorenas
ou nos Quintanilhas... E Cavaco Silva, é apenas um Silva. Mas fala de cátedra!...
Ou não é ele um homem do nosso tempo, um produto do republicanismo?

A presidência britânica da União Europeia, por razões de diversa ordem, tem
sido um fracasso. Ouvimos agora os ecos que nos chegam da Cimeira dos 25 em
Hampton Court, nos arredores de Londres, e, pelo que dizem, Tony Blair averbou
nesta reunião, uma vitória estrondosa... Não me parece que seja caso para tanta
euforia. Ao fim e ao cabo Tony Blair leva quatro meses como líder da UE, e até
agora pouco ou nada se viu. Só agora se fala na preparação de uma proposta para
apresentar aos seus parceiros, sobre o Orçamento para 2007/2013, rejeitado por
Blair no Luxemburgo. É verdade que o fatídico dia 7/07 complicou a vida dos
britânicos e as ambições de Tony Blair quanto à liderança da EU. Mas pouco ou
nada conseguiu. Nem os "milhões" para África. Que o digam os sudaneses...
Apenas a Comissão Europeia apresentou resultados, graças ao Comissário
Mandelson, que negociou com a China as quotas de importação de texteis.

Ao atingir os 2.000 mortos na guerra do Iraque, George Bush começa a
sentir a contestação dos americanos, e a sua popularidade é cada vez menor.





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