2005/10/13

 
José Pacheco Pereira, analista e comentador institucional em larga escala,
com tribuna na imprensa, rádio, televisão e blogosfera vem hoje no Público perorar
com "Algumas notas pós-autárquicas". Mas o abrupto parece ter cristalizado nas
suas ideias; o homem repete-se, contradiz-se, confunde-se. Talvez por padecer do
efeito "papagaio", fala e escreve fazendo eco em diversos fóruns e acaba por dizer
aquilo em que nunca pensara. Se é verdade que, quem muito fala pouco aprende,
tambem é verdade que, para dizermos alguma coisa de substância, de importante
e de verdade, é preciso que façamos uso da abstração, da meditação, do raciocínio.
Mais que "palrar", o importante é pensar, descobrir, somar as partes e concluir;
isto requer silêncio, algum diálogo sereno -- a sentença da verdade virá depois.
Isto, para quem se dedique a encontrar a verdade; os que "palram" sobre factos do
passado limitam-se a repetir o "eco" daquilo que já foi -- com atropelos à verdade.

O abrupto JPP refere que "a liderança de Mendes tem muitas fragilidades",
apesar de ter enfrentado com valentia o Isaltino, o Valentim, o Menezes, o Lopes
e outros que andam por aí. JPP de modo cínico, trata agora os dissidentes do PSD
apenas pelo primeiro nome ou pelo apelido, como faz com "o Menezes e o Lopes".
Recomenda ao PS e PSD um upgrade, afirmando que Mendes tem feito uma
"oposição séria e responsável" . JPP já esqueceu as acusações feitas por Mendes
a Sócrates durante a onde grevista, quando afirmou que o primeiro-ministro era
insensível aos protestos dos polícias, militares e trabalhadores da FP... Oposição
séria, diz JPP... Para melhor, recomenda a Mendes e a Sócrates um tango, a dois...
JPP escreve ainda sobre populismos, isolamento e comunicação social, sem trazer
nada de novo para a praça pública. Tão cristalizado está o pensamento de JPP,
que este comete hara-kiri ao acusar a comunicação social de promover vários
populistas, "candidatos que não interessavam nem ao menino Jesus". Para JPP,
que escreve e fala na comunicação social, os media metem-se no lixo, para vender
o que lhe convém. "Já é assim há muito tempo, fazem o mal e a caramunha".

Efeitos do terramoto em Islamabad, moderna capital do Paquistão.

A imagem anterior mostra os destroços causados pelo terramoto, num conjunto
de novos edifícios conhecido como as Torres Magallan, por terem como pano de
fundo a cordilheira montanhosa com o mesmo nome. Novos, modernos mas sem
estruturas para suportar um sismo, como se viu. Há quem acuse o governo por
não legislar no sentido de fazer cumprir as normas de segurança em construção,
por outro lado, afirma-se que o problema é da corrupção generalizada, com os
empreiteiros a subornar o pessoal que passa as licenças, etc. Edifícios de 10 pisos
ruiram como baralho de cartas. Islamabad começou a ser construida em 1970.
Até aí, a capital era Rawalpindi, a 14 kms e hoje integrada na malha urbana da
nova capital. Rawal é nome de uma tribo. "Pindi" é cidade. Para criar a unidade
dos paquistaneses, que têm diversas etnias e idiomas, Rawalpindi foi apenas
capital do Pak entre 1959/1969. A ideia fazia sentido, mas os oportunistas do
imobiliário aproveitaram-se. Islamabad é uma espécie de Brasília, muçulmana.
O general Musharaf está a ser contestado. Como dizia há dias Maria Teresa de
la Vega, vice-ministra do governo espanhol, "os governos, no futuro, vão ser cada
vez mais avaliados em função da sua capacidade para acudir aos cidadãos numa
situação de emergência", como aconteceu com o tufão Katrina, e como é agora
com o terramoto cujo epicentro teve lugar na parte de Caxemira paquistaneza.
Musharaf percorreu Islamabad, mas não se lembrou de acudir a Muzaffarabad
a capital da parte da Caxemira paquistaneza. Que foi a de maior destruição...

Balakot, a sul de Srinagar, valas comuns por falta de ajuda no terreno.





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