2005/10/30

 
A campanha para as eleições presidenciais ainda vem longe, mas a torrente
de opiniões, análises, comentários, projecções, vaticínios, estudos genealógicos,
a favor ou contra este ou aqueles candidatos, está a inundar os media e a blogos.
Trinta anos depois da implantação da democracia, quase vinte anos de pertença à
CEE/UE, a geração formada no tempo da ditadura continua a pensar e a agir como
se o lastro do fascismo e da guerra fria a impedisse de ver e sentir o mundo de hoje.
Continuamos a ver e a ouvir "o discurso da cassete". Poucas vozes mostram que
estão em sintonia com a era da Internet e das viagens espaciais. A "ideia" é baseada
no conhecimento do passado, martela no passado, espera a replicação do passado.
Esquece-se que as pessoas, hoje, são outras, porque são deste tempo -- e, não o
sendo, é porque não acompanharam o tempo, ou recusaram-se a mudar... Mas o
mundo e toda a existência são compostos de mudança.

O crédito da imagem pertence ao Politicopata.

Temem-se golpes de Estado, e atemorizam-se com hipotéticos caudilhos ou
monárquicos sidonistas, como se Portugal estivesse hoje "fora" da Europa ou isto
fôsse um qualquer país das tabancas... Receiam-se golpes constitucionais, quando
a maioria parlamentar é de esquerda e o PS tem maioria absoluta. Rejeita-se uma
Presidência da República de côr partidária diferente da maioria governamental, e
defende-se o comodismo da solução 1 em 3: uma maioria parlamentar, um governo
e um presidente -- todos do mesmo partido. E o discurso da presidencialização do
Governo, omite a coabitação, como se esta hipótese não existisse noutros países de
resultados positivos na gestão da coisa pública. Nesta curvatura de círculo, vemos
como a maior parte dos dircursos se diz e contradiz, sem que, no final, nada mais
reste do que a "luta contra o grande capital, a globalização e o direito ao trabalho".
Nestes discursos não aparece um sinal, pequeno que seja, sobre "como sair desta
crise", "como levar a economia portuguesa a crescer", beneficiando o país e os
portugueses. Fala-se, discute-se muito, mas hoje o mundo é comandado pela força
do capital, que gera crescimento, emprego, estabilidade social e política.São poucos
os candidatos à PR com competências para trazer esta discussão para o terreno das
presidenciais. É mais cómodo, para eles, falar de coisas abstractas, de promessas.

No rol dos discursos de cassete, -- onde predominam os candidatos de Direito,
habituados à oratória -- ainda nenhum se pronunciou sobre o apoio e a colaboração
que o PR pode e deve prestar ao Governo de José Sócrates, com vista a estimular
as exportações, a conquistar novos mercados, e a implementar novas indústrias,
seja na área das novas tecnologias, seja na indústria pesada. Quer dizer, por um
lado, falam em melhorar o nível de vida dos portugueses, mas sem crescimento
económico, isso não é possivel... Precisamos de um novo discurso, de novas ideias,
de gente "desempoeirada" de todos os atavios inerentes aos políticos formados
in dura lex... Não é aceitável que um candidato a PR venha a afirmar que Jesus
Cristo tambem não era economista... mas sabia contar o dinheiro! Isto é disparate.
Se Cristo tivesse nascido nos anos 60 do século passado -- e não há dois mil anos --
certamente conheceria e daria conselhos sobre economia... No sentido cristão.
Não nos venham com exemplos do "passado" -- a menos que tragam o "passado"
para o presente, os dias de hoje.

O conflito religioso e inter-étnico na India provocou tres explosões nos
arredores da capital, Delhi. Tratava-se de um dia festivo para os Hindus.





<< Página inicial

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscrever Mensagens [Atom]