2005/09/23

 
A classe política está desacreditada. A maioria dos políticos formados durante
os 30 anos de democracia pós-25 de Abril, é gente pouco credível. Serão poucos,
muito poucos os políticos desta geração que merecem o respeito do povo. Porque
todos eles se tornaram corruptos, pensando apenas em servirem-se à mesa do
Estado, retirando daí o máximo proveito, enriquecendo a todo o custo. Há os que
enriqueceram e andam por aí, mostrando-se; os que não enriqueceram, continuam
à procura de uma oportunidade. Dentro do Estado ou por intermédio deste. Hoje
o Público dá-nos a conhecer uma história de políticos que andaram durante anos
a "conspirar" para favorecer uma multinacional em prejuizo do Estado português.
Depois de tudo o que temos visto, depois dos candidatos outsiders, depois daquele
que "anda por alí" esbulhar o Estado com uma reforma de 3.178 euros, aos 49 anos
de idade -- quando o Governo pretende aumentar a idade de reforma dos FP para
65 anos! -- já não há mais contemplação para com os políticos que temos... Não se
vê um ministro, um secretário de Estado, um presidente de Câmara com pudor,
honradez, ética e integridade moral. Servem-se do Estado, mas não o defendem.

A história, contada pelo Público, tem a ver com a indemnização, indevida, paga
pelo Estado em Setembro de 2001 à Eurominas. Cerca de 12 milhões de euros.
A Eurominas, ligada ao grupo francês Pechiney, tinha-se estabelecido num terreno
pantanoso com 86 hectares no estuário do rio Sado, em Setubal, em 1973, a fim
de ali montar uma unidade metalúrgica de ligas de manganês. Pelo DL 48.784 de
1968, dizia-se que os terrenos "reverterão ao domínio público" e que "a reversão
importa a perda a favor do Estado das obras e benfeitorias realizadas no terreno".
Em 1985 pára a laboração da unidade fabril, e a Eurominas requere indemnização.
Cavaco Silva, ao tempo primeiro-ministro, recusa afirmando que o contrato era
claro: reversão sem qualquer desembolso. O caso foi-se arrastando e, em 1995,
com a entrada de Guterres, a Eurominas insiste na indmnização. António Guterres
respeitou o contrato e não aceitou pagar nada. Mas a Eurominas consegui receber
em 2001, o montante de 2 milhões 384 contos (cerca de 12 milhões de euros),
quando tinha pago apenas uns 7 mil contos em 1973.

Nesta história, neste desfalque feito ao Estado português, estão envolvidos
José Lamego, António Vitorino e Alberto Costa, através do escritório de advogados
de que eram sócios, e ainda Vitalino Canas, Narciso Miranda e José Junqueiro;
Vitalino recebeu o processo de António Vitorino após a demissão deste como
ministro da Defesa; depois Vitalino envia para Narciso Miranda, secretário de
Estado da Administração Portuária, e este, por sua vez, remete para José
Junqueiro, que já tinha assinado e despacha a favor da Eurominas, que acaba por
receber a indemnização pelo terreno, mais o valor da maquinaria, que estava
incluido no valor ajustado, mas que a Eurominas acabou por levar tambem...
Os terrenos foram entregues à Administração dos Portos de Setubal e Sesimbra.
Neste desfalque, saiem ilesos Cavaco Silva e António Guterres. Os restantes
intervenientes, "conspiraram" para lesar o Estado português e conseguiram-no.
Com gente desta, como podemos nós confiar nos políticos que temos?

O meteorologista: Todos os brancos ricos devem abandonar Houston imediatamente.





<< Página inicial

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscrever Mensagens [Atom]