2005/09/06

 
Acabada a vindima, espremidas as uvas, é tempo de o vinho fermentar...
A gente está ausente uns dias, regressa a casa com a alma regenerada, mas em
breve o espírito começa a "azedar" por causa dos sururus que nos irritam, vindos
dos jornais, telejornais e que tais. Ficamos com a sensação de ter aterrado num
local de gente louca, num qualquer hospício orwelliano. Lê-se nos jornais que um
clube de futebol, dos grandes, deve ao Estado, há mais de dez anos, 2,700 milhões
de euros -- mas o clube diz que nada deve, e pede ao primeiro-ministro para que
se envolva na resolução deste caso (mas será isto um problema nacional, que só
o PM pode resolver? E Sócrates, não terá mais com que se preocupar?); lê-se nos
jornais que, o líder do PSD desafiou o primeiro-ministro a ir à AR explicar porque
razão o desemprego continua a aumentar (como se o referido líder tivesse chegado
agora a este país, e o seu partido nada tivesse a ver com a questão); lê-se ainda
que o "tenente-coronel" Valentim (já era tempo de ser promovido), convocou uma
"conferência de imprensa" para que o "pequeno líder" Marques Mendes, converse
com ele (ten-cor-Valentim), para lhe explicar não sei o quê... (Isto, é de doidos!
O "fraccionista" Valentim, convoca os media, e estes acorrem ao show... Valentim
fanfarrão, fixa o olhar na objectiva do camara-man, e, provocador, chama Marques
Mendes de "pequeno líder", e estende-lhe a passadeira para ir até Gondomar,
a fim de este travar um duelo com o "tenente-coronel" Valentim. Uma palhaçada!)

Como pode o país desenvencilhar-se de políticos com o pedigree de Isaltino,
Valentim, Avelino e seus clones? Estes sujeitos, que não aprenderam a fazer outra
coisa nas suas vidas, excepto o exercício do poder local, desacreditam a democracia;
servem-se dela para terem poder, dinheiro, vassalos. O resto, para eles, não conta,
e aos costumes dizem nada. Repare-se na "pressão" que Valentim exerceu sobre
a justiça, ao desmentir o jornal que deu a notícia de haver 171 acusados no processo
"Apito Dourado", e afirmando que ele (Valentim), podia garantir que "não havia
ninguem que estivesse acusado" no referido processo judicial.
Numa altura em que o Governo aprovou leis no sentido de reduzir os mandatos dos
presidentes de câmara, era de esperar que, qualquer candidato a qualquer cargo
público se abstivesse de o fazer, depois de ter cumprido um número de mandatos
considerado apropriado e de bom senso. Mas o poder corrompe, seduz, gera "reis e
senhores" da democracia, salvadores da pátria, líderes e presidentes insubstituíveis.
Por isso, este país vai marcando passo, à espera que passe esta geração... ansiando
por nova geração, isenta dos vícios e das ambições que animam os actuais políticos.

New Orleans... Não tentem. Estou a dormir cá dentro, com um grande cão,
uma mulher feia, duas caçadeiras e um pé-de-cabra... Os ladrões serão abatidos.





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