2005/08/23

 
O país está inquieto, desesperado, sem tino nem norte. Todos falam, reclamam,
acusam, julgam. Faz falta um pouco de silêncio... Para meditar, avaliar a situação,
ver a realidade tal como ela é. Fala-se demais, quase sempre através de metáforas,
com muita linguagem de futebol, e pouco bom senso. É um ambiente de gralhas,
corvos, abutres e melros. Uma chilreada aterradora, infernal. Assim, ninguem
consegue raciocinar nem planear nada. Isto mais parece um país de orfãos; todos
pedem protecção, ajuda, salvação. Reclamam a presença do primeiro-ministro, do
PR, dos deputados. Ninguem se sente capaz de enfrentar os problemas individuais.
Neste país, já o Governo não pode ir de férias, ainda que por poucos dias, mas com
os "serviços mínimos" bem definidos e assegurados. Os portugueses parecem não
saber viver na ausência do seu primeiro-ministro; se calhar falta-lhes um "chefe",
um "querido líder", um "ditador". Até os "liberais" falam da ausência do primeiro-
ministro, como se ele fosse um anjo redentor, o salvador da Pátria, o deus todo-
poderoso que tudo resolve... Esqueceram o recado deixado por Kennedy, que se
aplica a todos os países, cabendo este a Portugal: "Não perguntem o que pode fazer
o primeiro-ministro por cada um de vós; perguntem antes, o que pode fazer por
Portugal cada um dos portugueses?"... Para papagaio, basta-nos o prof. Marcelo.

Os incêndios do verão português têm sido reportados para todo o mundo,
pela Reuters. Esta imagem foi publicada na imprensa da Austrália, com a legenda
a informar que se trata do incêndio no Parque Natural da Serra da Estrela.


Mais uma vez, a Assembleia Constituinte do Iraque, adiou a apresentação
do projecto de constituição para o país. Por falta de entendimento entre sunitas,
xiitas e curdos. Cada dia que passa, cava as ilusões de George Bush em conseguir
uma democracia no Iraque, e faz com que o défice orçamental dos EUA se agrave
e a opinião pública americana desaprove a invasão da Mesopotâmia. Os sinais são
pouco optimistas. Tudo leva a crer que, após as eleições legislativas, o governo do
Iraque caminhe para a divisão do país em tres "sultanatos", levando os sunitas a
assumirem uma frente de guerra cívil. O federalismo mais a "lei islâmica" vão levar
o Iraque para o lado contrário do desejado por Busch e a Europa. O sul xiita conta
com o Irão dos mullahs, os curdos querem a independência e o petróleo, os sunitas
ficam sem osso para roer... Entretanto, a cotação do barril de petróleo continua a
subir, engordando as contas bancárias dos 3 mil príncipes sauditas, as petrolíferas
internacionais, os especuladores do trading, e vai definhando a economia europeia.

Se bem que não tenham chegado a acordo nos fundamentos políticos da nova
constituição, xiitas, curdos e sunitas corcordaram e deram enfâse à sua redacção,
que significa sangue, atentados suicidas, divisões étnicas, boicotes, insegurança.





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