2005/07/22

 
A vida está dificil. As coisas não vão de feição. Tudo está a correr mal.
É a seca prolongada, que pode levar à desertificação por falta de água; são os
incêndios florestais, que podem conduzir ao mesmo fim pela erosão dos terrenos;
é a luta dentro do Governo, entre os keynesianos do investimento público e os que
defendem a contenção da despesa; é a saida de Campos e Cunha, que não afecta a
gestão do controlo do PEC, mas deixa a direita a rebolar-se de alegria; é a queda
de Freitas do Amaral, que o obrigou a estar em repouso e não comparecer ontem
à tomada de posse do ministro Teixeira dos Santos; são as autárquicas de Outubro,
que levam ao adiamento de medidas a tomar pelo Governo, para evitar o debate
e o aprofundamento do péssimismo instalado; são os discursos de cassete usados
pelos partidos/oposição, que se esgotam em cinfrineira e falta de ideias; é, ainda,
a justiça que temos, incapaz de gerir a Justiça, ao libertar um sujeito condenado
a 25 anos de prisão, por as medidas preventivas terem excedido o prazo legal...

Em face de tudo isto não admira que, pessoas independentes mas influentes,
como o Miguel de Sousa Tavares, estejam á beira de um ataque de nervos e
venham dizer que "este país não tem solução", fazendo um discurso ainda mais
derrotista do que faz a oposição -- liberais, trotzquistas, comunistas e realistas.
Mas não devemos desistir, até porque, na oposição, não há nada de novo, nada de
concreto, nada de substancial. A oposição, para alem da cassete, pouco tem para
se fazer ouvir. É verdade que tem o tio Isaltino, à procura de emprego; o major
Valentim, a fazer jogadas fora da Liga; o Avelino, que passou do Marco para
Amarante, e está a contas com a justiça e não só, já que perdeu uma aposta de
25 mil contos, ao afirmar que nunca tinha apodado de "lacrau" um seu cidadão,
mas este, como tem o registo magnético, exige-lhe o pagamento daquela verba
na moeda actual, em euros. São histórias, cenas tristes deste país em crise.

A República Checa não tem problemas económicos, nem défice nas contas
públicas, mas tem "mistérios" para os quais não tem resposta. Na região da
Bavária, cientistas procuram respostas para os "sinais" deixados nas searas.


Os factos de hoje, em Londres, mostram a vulnerabilidade da cidade. O que
ali aconteceu, pode acontecer em qualquer outra cidade. A cidade é o lugar onde
vive uma comunidade de gentes diversas. A cidade é hoje mais aberta do que
nunca. Não se pode fechar as "entradas" e "saídas" de uma cidade. Dentro dos
seus limites tudo pode acontecer, e não há formas de evitar o perigo. Ninguem
pode estar descansado, nem confiar na "melhor" polícia ou no avançado sistema
orwelliano que tudo vigia. Hoje, em Londres, o pânico, o medo e o terror tomou
conta dos londrinos, como aconteceu noutras cidades, numa situação de ameaça
de bomba, transportada por um suicida. O medo, é uma manifestação própria
dos seres vivos; o medo é a consciência do perigo. Só os loucos não têm medo.

John Howard, primeiro ministro australiano estava ontem de visita a
Londres. É ele que responde à imprensa sobre os mortos civis iraquianos.





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