2005/07/28

 
A manifestação dos camionistas, protestando em marcha lenta nas estradas
que pertencem a todos nós, é mais um gesto de irresponsabilidade civil que não
deveria assustar o Governo. Porque os combustíveis estão liberalizados, e porque
o Governo não é responsável pela escalada do preço do petróleo. Ontem tivemos
na estrada os "camioneiros", dentro de dias teremos os taxistas a bloquear as ruas
das cidades, pedindo ajudas e benefícios, como se o Governo fosse uma companhia
de seguros de risco empresarial. Ainda temos memória para lembrar a chantagem
que os taxistas usaram, com Manuela Ferreira Leite, para não pagarem o imposto
por conta... Nessa altura, Manuela Ferreira Leite, travou os "empresários" de taxis,
sugerindo que se colectassem como "empresários individuais". A luta ficou a meio
caminho. Agora os "camionistas", que se replicaram em poucos anos e ocupam aos
milhares a maior parte do espaço nas estradas e cidades, vêm "gastar" gasóleo em
marcha lenta, desperdiçando combustível, o tempo deles e o nosso, e querem que
o Estado os salve da falência... Neste país de "liberais", todos mamam do Estado.

Na Mongólia o aumento dos combustíveis não se faz sentir... Os meios de
transporte têm tracção às quatro patas, não libertam monóxido de carbono e
são amigos do ambiente. Há uns mais velozes e outros que andam mais devagar.


É lamentável o critério seguido pelos meios de informação, que há tres semanas
nos bombardeiam com as histórias policiais subjacentes aos atentados bombistas de
Londres, mas que depressa esquecem as réplicas terroristas sofridas noutros países,
como é o caso dos atentados na estância turística de Sharm-el-Sheik no Egípto...
E, no entanto, morreram lá mais de 88 pessoas, até agora. E a polícia cairota ainda
não tem pistas, e consta que foi avisada do risco, há cerca de mes e meio... Havia
uma pista paquistanesa, mas não levou a coisa nenhuma. Será que o Egipto está
isolado, sem informações, sem a colaboração dos serviços policiais norte-americanos
e europeus? E não haveria interesse da parte de Blair, Zapatero e Berlusconi em
aompanhar a investigação e fornecer pistas que levem aos possíveis assassinos?
O que se constata é a imprensa, a rádio e televisões a inundarem-nos com os
passos da Scotland Yard, mas de Sharm-el-Sheik nada nos dizem. Esquecem-se
que, no Sinai, tambem morreram vidas humanas? Ou aquelas não merecem ser
recordadas, choradas e homenageadas?... É por isso que eu entendo o papel das
televisões Al-Jazeera e Al-Arabya... E dou razão a Hugo Chavez, ao querer que os
latino-americanos tenha a Telesur, sem a propaganda da Coca-Cola e McDonalds;
sem as viagens de Rumsfeld, Bush ou a senhora Rice -- mas com os problemas, as
aspirações e anseios dos latino-americanos, com as suas gentes, usos e costumes...

Um comboio formado por vagões-tanque cheios de combustíveis, partiu
esta manhã de Dora, a refinaria a sul da capital, para uma viagem de 30 kms
até Bagdade, mas foi interceptado por insurgentes com tiros de morteiro, que
provocaram enorme explosão; morreram dois guardas e cinco ficaram feridos.
Há quem afirme que o terrorismo não aumentou com a guerra do Iraque...





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