2005/07/18

 
Mais uma voz a juntar-se aos adversários do défice. Agora é Armando Pereira,
economista, que vem lembrar o "défice empresarial e de gestão" existente no tecido
económico português, défice que se alarga ao investimento, aos recursos humanos,
às tecnologias de gestão, aos recursos energéticos e ambientais. É fonte de diversos
danos, já que os nossos empresários e gestores não querem correr riscos, preferem
investir na bottom line, no retorno imediato. Este défice, conduz ao outro, e deve
ser combatido, para que os investimentos públicos e privados possam resultar em
mais-valias e nunca no desbaratamento de fundos nacionais ou comunitários. Como
diz Armando Pereira, "faltou e falta dimensão estratégica à gestão empresarial".
Com um défice destes, a corroer o tecido empresarial português, torna-se dificil a
este país desenvolver-se, modernizar-se e enriquecer. Se não formos exigentes na
gestão dos pequenos e grandes investimentos, vamos continuar a estender a mão.

Muito dinheiro, vindo dos fundos da UE, foi e tem sido desbaratdo, desperdiçado.
Dos fundos para incentivos ao investimento em recursos humanos (num quadro de
sete anos), em cinco anos foram apenas utilizados 28,6 por cento. Tivemos o POE-
Programa Operacional da Economia, agora vamos ter o PRIME-Programa de
Incentivos à Modernização da Economia. Tivemos ou temos o SIME, o SIPIE na
indústria. Tivemos o PROCOM (renovação do comércio), depois veio o PROREST,
destinado à restauração. Com tantos fundos, houve comerciantes a apresentaram
projectos, fizeram as obras, e até hoje não receberam um tostão... Porque já não
havia verbas ou porque se aguardava o desbloqueamento dos dinheiross. Mas,
na maioria dos casos, dez anos depois, tudo foi esquecido. Veja-se o caso de uma
empresa produtora de genéricos: a Labesfal, instalada em Lagedo (Tondela), aderiu
ao PRIME, através do IAPMEI, em 2002. Em 2004 foi-lhe concedido um montante
de 9,3 milhões de euros -- que até agora ainda não recebeu, porque o ministério
da tutela ainda não aprovou o contrato... (Certamente por não haver dinheiro).

Inovação é um pouco de imaginação... Um simples sapatilha de borracha
pode transformar-se num bom negócio -- desde que alguem tenha uma boa
ideia. Neste caso, as baianas (negócio brasileiro) viraram bandeira de país...


Tem razão o economista Armando Pereira, ao afirmar que existe um défice
de gestão empresarial neste país, mas tambem é verdade que os empresários (os
pequenos e médios), têm um défice de confiança nos políticos que tem governado
este pequeno país. È verdade que a maioria dos pequenos empresários não tem
as competências para melhorar o seu desempenho, mas são os empresários que
temos, nesta geração. Apesar disso, se os dinheiros tivessem sido eficazmente
aplicados, algum proveito teriamos conseguido, melhorando a credibilidade dos
governos perante os pequenos empresários contribuintes. Com as coisas assim,
apenas resta aos pequenos empresários confiarem neles... e não no Estado.

Potter=Oleiro; Pauper=pedinte, pobre. Não haverá interessados nesta
obra literária, "A Minha Vida nas Ruas", escrita pelo novelista K. Pauper?





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