2005/07/13

 
FADO NOSSO, VAI BATER A OUTRA PORTA.

Todo o português se apouca, cantando o fado choradinho. Em lugar de uma bela
e exaltante canção, preferimos cantar o fadinho triste, a lamúria, o queixume vadio.
Não há maneira de largarmos a tristeza, o pessimismo, a tacanhez vestal do nosso
bairrismo. Se perguntamos a um comerciante, industrial ou feirante, como vai o
negócio, somos informados -- em tempo de recessão ou de crescimento -- que o
negócio vai mal, não se ganha para a despesa... Se perguntamos a um amigo, quanto
paga de IRS, diz-nos que paga um balúrdio, que paga mais do que recebe, que tem
muitas despesas, etc. Mas se lhe dissermos que fulano, comprou carro novo, esteve
de férias na Martinica, ou que tem os filhos numa escola privada, então as coisas
mudam de figura: "bem, eu tennho um TT, espero ir de férias para Ibiza, e se as
coisas correrem bem, estou a pensar em mudar de casa". Quer dizer, como cidadão,
sente que ganha pouco, que não dá para viver; como amigo do outro, nem é mais
nem menos que ele -- ganha tanto ou mais que o amigo, tem uma posição social
e profissional que o outro não tem, etc. Chama-se a isto, inveja... e apoucamento.

Não se trata do Grupo de Leão ou dos Vencidos da Vida. São os blasfemos
da blogosfera, num encontro do "Café Blasfémias", na Invicta. É o início de uma
tertúlia que pode levar ao avental da Maçonaria ou ao Partido Liberal Português.


E o que dizem os políticos? Discursos miserabilistas, derrotistas, desonestos.
Que o Jerónimo de Sousa mantenha um discurso pré-revolucionário, não admira,
mas é confrangedor ver o porta-voz do PSD, a proclamar que "o Governo não tem
feito nada para travar o défice e dinamizar a economia". Não espanta o discurso
do trozquista Francisco Louçã, mas temos náuseas ao ouvir alguns dirigentes do
CDS falar na "inoperância deste Governo". Mas a verdade é que este discurso
enviesado, derrotista, desonesto e lamuriento, tambem é usado por uns analistas,
comentadores e jornalistas, saudosos do período turbulento de Santana Lopes.
Esta pobre gente, não se assume como adversário político, com ideias concretas.
Apenas vertem ciúme e inveja. Ao jeito do fado lamúrias, que continuam a cultivar
e para quem o "quanto pior melhor" em política, é a única saída para as suas
carreiras. São os mesmos que, vão a Espanha fazer compras, para poupar no
IVA... grandes patriotas! Só não contam com os gastos de transporte, refeição e
despesas imprevistas. Mas é para "poupar", afundando ainda mais este país...

A carnifina maior de hoje, em Bagdade, aconteceu quando uma coluna
de soldados americanos parou junto de uma escola e começou a distribuir
drops e caramelos às crianças. Um bombista suicida matou 27 pessoas, na sua
maior parte crianças, e um soldado americano. Outros tantos ficaram feridos.
É o inferno total, o cáos, a banalização da violência. Todos os dias. É incrível.





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