2005/07/27

 
Esta chuvinha não vem resolver os problemas da seca prolongada, mas veio
beneficiar a produção vinícola. Com esta chuvada, os cachos de uvas vão aumentar
o volume dos bagos, levando a uma subida nos volumes da produção. Se tivermos
depois boas condições climatéricas, até às vindimas, poderemos ter um ano de
muita boa qualidade de vinhos. A vinha, neste país, tem estado em segundo plano.

Numa altura em que tanto se fala na necessidade de o país aumentar as suas
exportações, era imperioso que houvesse uma tomada de consciência da qualidade
dos nossos vinhos, e que houvesse a coragem da parte dos produtores no sentido de
criarem unidades de produção com dimensão capazes de competirem no mercado
internacional, bem como meia dúzia de "marcas" de vinhos, conforme as regiões
que maior produção e qualidade tenham no inventário vinícola. O estudo está feito,
chama-se "Relatório Porter", encomendado no tempo de Cavco Silva. Na altura
falava-se nos "clusters" do vinho, houve muita euforia, mas faltou qualquer coisa.

Temos regiões vinícolas demarcadas, boas castas, vinhas renovadas, produção
nem sempre de qualidade, mas temos produtores tão minimalistas, que tornam
impossivel a competição nos mercados internacionais. No que respeita a vinho do
Porto, temos 91 marcas, 40 delas sem futuro. Quem o diz é Jorge Monteiro,
presidente do IVP em entrevista à Revista Aresp. Em vinho verde, encontramos
no mercado mais 2.000 marcas... Para exportação, seria vantajoso apresentar
apenas 2 marcas "made in Portugal", que tivessem um nome sonante, fácil de
associar ao respectivo vinho, fácil de memorizar, fácil de soletrar, fácil de ler...
Enquanto continuarmos "pequeninos", divididos, não temos condições de vencer
os outros... por mais qualidade que tenhamos. A dimensão é uma vantagem.

O país tem meia dúzia de bons produtores de vinho de mesa: a Sogrape, a
Finagra, José Maria da Fonseca, Sociedade de Vinhos Borges, Real Companhia
Vinícola, e pouco mais. O resto da produção está espalhado por dezenas e dezenas
de cooperativas, umas com tecnologia de ponta, outras nem tanto. A produção e o
armazenamento são fases muito importantes, e muitas das nossas cooperativas
não sabem controlar a extracção do vinho nem têm cubas inox para a conservação.
No meio da nossa pequenez, contabiliza-se agora o sucesso da Sociedade de Vinhos
Borges ao conseguir "entrar" no imenso mercado chinês, exportando 120.000
garrafas de vinho de mesa. Esperemos que a iniciativa desta empresa consiga
incentivar outras a expandirem as suas vendas nos mercados internacionais.

No Afeganistão há protestos junto da base aérea de Bagram contra os
americanos: "Dead America". Dentro e fora do Iraque, é consensual o aumento
dos ataques suicidas motivados pela presença de tropas invasoras. Esta segunda-
feira esteve em Bagdade John Woward de visita às tropas australianas. Ontem
chegou o primeiro-ministro Polaco e hoje aterrou na "Green Zone" o patrão do
Pentágono, Donald Rumsfeld, na foto a cumprimentar Marek Belka, primeiro-
ministro da Polónia. Rumsfeld está a ficar preocupado com o futuro do Iraque,
e prepara-se para sair daquele "atoleiro", poupando dolares e vidas humanas.





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