2005/06/24

 
TRES PERSONAGENS EM CONFLITO...

Atravessamos um momento crítico. Vivemos uma grave crise económica.
Temos um Estado gastador, com um défice de 6,8 nas contas públicas. O Governo
procura -- de uma vez por todas -- tomar medidas para acabar com o descontrolo
financeiro e incentivar a economia. Contra estas medidas legislativas protestam os
sindicatos, que já se movimentaram e ameaçam continuar. "Haverá saída?... Tenho
as minhas dúvidas" -- escreve Miguel Sousa Tavares, no "Público" de hoje, onde se
insurge contra os que, nesta emergência, protestam e não deixam que ninguem se
atreva a mexer nos seus "direitos adquiridos". O Miguel está desanimado, e pede
desculpa pelo seu pessimismo negativista. Enquanto isto, na mesma página, temos
o inefável Eduardo Prado Coelho, preocupado com os locais de leitura: "Ler mas
onde?" -- pergunta o académico, depois de saber que a livraria "Ler Devagar", sita
no Bairro Alto, vai fechar as portas para dar lugar a um condomínio para habitação.
O EPC tem o gosto de ler nas livrarias, em tertúlias, com multidões à sua volta.
Já o comentador surrealista, António Barreto, está em "meditação transcendental"
lá para o norte, nos arrabaldes de Vila Real, na lindíssima Casa de Mateus, tendo
agora chegado à conclusão de que o PS ganhou as eleições de 20-Fevereiro, graças
ao "voto reactivo"... Para um país com tantos problemas a resolver, que preocupam
todos os portugueses e pessoas como MST -- que até já quer desistir por falta de fé
-- temos agora a grande "descoberta" feita por AB, que parece viver longe daqui.
De facto, este país está tão doente, que só um lunático aqui consegue viver feliz.

A Companhia de Ballet Maurice Bèjart comemora 50 anos de carreira.

Confesso que esperava de MST mais resistência, mais maturidade perante a
adversidade, maior coragem para lutar por um ideal, mais perseverança na luta.
Todos nós temos momentos de desânimo, mas a vida é assim: por vezes temos de
passar pelas sombras do vale, para podermos chegar ao cume da montanha. Nessa
experiência, acabamos por dar mais valor à vida e saborear o sucesso por termos
superado a crise e o desânimo. Depois da noite escura, chega outro dia luminoso.
Além disso, e como dizia há dias numa entrevista o cientista português, António
Damásio, "as emoções e os sentimentos" negativos, condicionam a nossa saúde --
uma verdade de há muito conhecida na China, desde há cinco séculos. Refiro-me
ao taoismo e ao livro das mutações I Ching. A ciência está a "demonstrar" aquilo
que até agora só podia ser "afirmado". Os portugueses são melancólicos, tristes
(fado é tristeza), pessimistas? Não admira, que assim, sofram de tanta doença.
Portanto, é bom não vivermos continuadamente no limbo do pessismismo e da
"tristeza franciscana". Devemos cultivar a esperança e assumir o positivismo.

Festas pelos 2549 anos do nascimento de Buda, em Seul, Koreia do Sul,
templo de Chogye. A cor é benéfica para o espírito e o bem-estar físico.





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