2005/06/13

 
Tony Blair ainda não conseguiu recuperar do fiasco iraquiano, onde afundou a
sua credibilidade, tal como o amigo americano, e anda agora à procura de uma
tábua de salvação. Ocorreu-lhe uma ideia: perdoar o remanescente das dívidas de
alguns países, e convencer os colegas do G-8, a fazerem o mesmo. Tony Blair pensa
que, assim, vai passar à história como o salvador dos pobres. É uma hipocrisia, esta
acção. Em vez de ajudar os países pobres a criar condições para desenvolverem as
suas economias, dão-lhe apenas esmola. Dizem aos pobres para irem pescar, mas
não são capazes de lhes darem a cana de pesca... Assim, os países pobres, nunca
vão sair da pobreza, continuando os ricos a emprestar-lhes dinheiro para armas,
maquinaria e carros de luxo. Contribuem, assim, para alimentar a corrupção e o
tráfico de influências entre os governantes dos países pobres. De resto, em alguns
casos, o remanescente da dívida, pouco mais será do que o "serviço" (juro) da dita.

Na Bolívia, onde a indústria petrolífera descobriu enormes reservas de gas,
até o povo indígena se revoltou, pois "sente" que o dinheiro das petroléfras
poderá ser desencaminhado pelo Governo, ou gasto em material de guerra.


É um sistema imoral, que pouco serve às populações mais necessitados, e que
não leva ao desenvolvimento social nem conduz à implementação de um sistema
económico, para emancipar os países pobres. É imoral, porque Blair pretende, com
isto, tirar proveito próprio e fazer campanha para melhorar a sua imagem. É imoral
porque, sendo a Inglaterra um país rico, Tony Blair vai continuar a pedir à Comissão
Europeia, o "cheque" de reembolso de verbas, quando na UE há parceiros que têm
metade do rendimento da Inglaterra...
Nestas circunstâncias, não parece que Tony
Blair esteja a ser honesto. Como primeiro ministro de um país rico, Blair pede aos
europeus mais pobres, que lhe passem um cheque de bónus; e aos países pobres do
terceiro-mundo, em vez de lhes oferecer escolas, hospitais e fábricas de cimento,
perdoa-lhe o "serviço" da dívida -- abrindo caminho a mais empréstimos da parte
do FMI, BM, BERD, etc., etc. e até mesmo por intermédio de companhias como
as petrolíferas Shell, Chevron ou as mineiras Rio-Tinto e outras exploradoras...

O PASSADO VAI PASSANDO...

Com a morte de Vasco Gonçalves, Alvaro Cunhal e Eugénio de Andrade,
o país de Abril vai esquecendo os protagonistas da Revolução dos Cravos, que
deixaram de estar connosco. Vasco e Cunhal, foram dois grandes protagonistas
da gesta do 25 de Abril, e Eugénio foi o poeta do povo deste país libertado.





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