2005/06/14

 
Quem não respeita a morte do adversário, é covarde ou então inveja o defunto.
A morte de Álvaro Cunhal tem sido comentada por toda a classe política, amigos e
inimigos do ex-dirigente do PCP, mas tambem por envergonhados felinos e muitos
anti-comunistas. No "Público" de hoje, Vasco P Valente, esse pequeno Lord nascido
no seio de uma família burguesa, nos tempos da pobreza franciscana gerida pelo
Botas de Santa Comba, vem explicar como cresceu, azucrinado pelas referências a
"o Álvaro". Pulido Valente, em vez de expressar o seu ponto de visto sobre Álvaro
Cunhal, fica-se pelas ninharias relatadas do género "memórias da minha infância"
para não se comprometer e ficar de bem, com Deus e o Diabo. É assim que fazem
os pusilânimes de carácter. De resto, o historiador Vasco Valente nunca teve nível
intelectual, isento e honesto, para exprimir uma opinião lisa e clara sobre alguem
e muito menos sobre a personalidade e a vida de Álvaro Cunhal. Por isso, o felino
Valente, quedou-se pelas minudências, que só ele afirma, e a ninguem interessam.
"Crescer com o Álvaro", foi o título das minudência que o Vasco coligiu e escreveu.

Limpeza da vitrine com "O Juízo Final", tríptico do flamengo Jeronimus
Bosch em exposição no Museu de Belas Artes, em Bruxelas. Esta obra-prima
da pintura, lembra-nos que o "julgamento" dos mortos pertence ao Criador.


Sempre que morre alguem, escritor, político, militar, fadista ou estrela do
"show-bizz", assistimos a infindáveis confissões sobre a personalidade do defunto.
Sempre apologéticas e laudatórias. Coisa que, em vida, quase ninguem é capaz de
endereçar a um amigo, familiar ou conhecido. E quantos destes, no percurso da
sua vida, não careceram de apoio e reconhecimento pelo seu mérito, para vencer
estados de alma que enfraqueciam a tomada de decisões! É em vida que devemos
ser generosos, em palavras e actos, para com os outros. Depois da morte, de nada
serve tudo o que, de feliz ou infeliz, se possa dizer sobre alguem. Serve apenas para
aliviar a nossa dôr, para afagar a nossa tristeza. Mas, a falta de atenção para com
a existência, faz com que a maioria de todos nós, "passemos por cá", e cheguemos
ao fim da corrida sem darmos conta de nós, quanto mais dos outros!... Esta vida
é breve, e nós andamos tão distraídos do que nos rodeia, que chegamos a viajar
ao volante do carro, de casa para a cidade, e chegamos ao fim da viagem sem
termos dado conta dos locais por onde passámos... Somos autênticos robôs...
Não admira que, nas relações interpessoais, não haja amizade nem solidariedade.

Eles tudo fazem para acabar com os humanos... Não querem ouvir falar
de sentimentos, de emoções, de anseios. A máquina toma o lugar do coração.
Cena de baile com robôs desenvolvidos por estudantes pós-graduados na
Universidade de Tohoku, Japão... Que dirá o estudante à sua parceira?...





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