2005/06/19

 
O iluminado sociólogo, António Barreto, que cada vez está mais afastado da
realidade portuguesa, vem hoje, no "Público", escrever sobre "Quatro Funerais",
assim como outra qualquer luminária poderia escrever sobre 'O Bando dos Quatro',
julgando estar a viver, ainda, no tempo da Revolução Cultural de Mao Tze Tung.
Sem respeitar os mortos, nem grande parte do povo português, Barreto embrulha
no mesmo caixão Champallimaud, a irmã Lúcia, Cunhal e Vasco Gonçalves. Depois
de os "enterrar", deitando pela borda fora Eugénio e Corino de Andrade, Barreto
escreve que, aqueles quatro, "quando eram vistos, pensava-se logo tratar-se de
uma aparição". Nesta sua alucinação, Barreto diz -- convencido de que é o novo
Bandarra -- que a irmã Lúcia, "beata será". Elogia Chapallimaud, por este ter
morrido rico (creio que Barreto, chora por não ter sido nomeado curador de "cuja
Fundação foi estabelecida há dias"); de Lúcia, Vasco e Álvaro, o Barreto diz que
"morreram pobres", como "os portugueses gostam" (só Barreto gostava que eles
tivessem morrido ricos. Barreto prefere os políticos que engordam e enriquecem
à custa do serviço público. É o meu entendimento, ao ler o xamâ António Barreto).

"Nas avenidas de Lisboa, naquela quarta-feira de nojo, era possivel ver,
além das bandeiras do município, de Portugal e da União Europeia, as de vários
bancos, companhias de seguros e empresas privadas ou públicas a meia haste de
luto" -- vitupera, certamente cheio de nojo, o extra-terrestre António Barreto.
Pelo que leio, o sociólogo e comentador político, AB, além de mostrar desprezo
pelos mortos, é ignorante na sua arte. Barreto está fora da realidade portuguesa,
pensa tudo pelo que vê na TVI, e, alem de ausente, mostra-se incapaz de entender
os portugueses. Aquele funeral, aquela multidão, aquelas bandeiras a meia haste,
mostram o desprezo que os portugueses têm por estes políticos, medíocres, sem
palavra, que vivem à sombra do Estado, com bons ordenados acumulados com
uma ou duas pensões, ajudas de custo e luxuosos carros de alta cilindrada. Mas
Barreto não compreende este fenómeno sociológico, até porque é um entusiasta
dos políticos que morrem ricos, com contas na Suiça, e casas por todo o país...

Estes comentaristas, com a o jaez de Barreto, precisam de ser varridos dos
jornais, das rádios e da televisão. Já corremos com os políticos medíocres, agora
devemos exigir a "renovação" dos comentadores e analistas com mais de trinta
ou quarenta anos de "serviço". Fora com os Barretos, os Pulidos, os Delgados, os
Vascos, os Neves e quejandos. O país mudou, os meios de informação mudaram,
os comentadores e analistas estão na blogosfera. Não precisamos de "bezerros
sagrados" na imprensa, nem de professores marcelos na televisão. Considero
esta gente uma corja de oportunistas que, não sendo intuitivos nem argutos,
julgam que são uns iluminados, e passam o dia a enxamear o nosso ambiente.
Nota final: a antítese dos comentários estapafúrdios de Barreto, encontra-mo-la
no trabalho de Mário Mesquita, que já foi jornalista, director do DN e agora dá
aulas de jornalismo numa universidade da capital. Preciso, isento, arguto, culto,
viajado, humilde, mestre na escrita. Não se compara com os outros "papagaios".





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