2005/06/20

 
A greve dos professores, numa altura destas, é inapelável. Porque prejudica os
alunos, revolta os pais, e confunde os portugueses. Por mais razão que tenham, os
sindicatos perdem, mais uma vez a sua credibilidade. Porque utilizam os inocentes,
para fazer vingar as suas reivindicações. Porque dão a ideia aos alunos, de que isto
é tudo uma cambada de irresponsáveis, de egoístas, de gente que utiliza todos os
meios para atingir os seus fins. Por mais razão que tenham, ao levarem por diante
esta greve, em época de exames, os professores e seu sindicato, perdem o respeito
por si mesmos, pelas familias, e pelos alunos -- por quem, afinal, trabalham, fazem
carreira, dizem ser mestres, e são pagos pelo Estado. Com "mestres" assim, que
podemos nós esperar das gerações futuras? Espera-se que o bom senso mostrado
até agora por muitos professores, faça reflectir outros no sentido de completarem
o trabalho do ano: fazer os exames. Foi para isso que prepararam os seus alunos.
Depois, podem cuidar das suas reivindicações, lutar pelas suas justas aspirações.

A nível internacional, continua a verificar-se uma grande indiferença pelo que
está a passar-se no Iraque. Inicialmente, tinhamos notícias em directo, com as
televisões a transmitir imagens da invasão e mais tarde com a caça às figuras que
constavam do "Baralho de Cartas" inventado pelo Pentágono... Já lá vão mais de
dois anos, após a proclamação, feita por George Bush a bordo de um porta-aviões,
do final das operações. Com o 11 de Março, o sequestro de Beslan, o "tesumani" na
Ásia e o "genocídio" no Darfur, a comunicação social bem como os "apóstolos das
guerras preventivas", cansaram-se da cruzada de Bush e Blair no Iraque. Todavia,
a guerra no Iraque mantem-se, e cada vez mais violenta e com mais estragos.
Banalizou-se de tal forma a violência, que hoje já ninguem se comove ou espanta
com a vertigem da escalada de atentados bombistas, onde morrem diáriamente
30/40 pessoas e ficam dezenas feridos. Já não há abalos emocionais nem gritos de
dôr capazes de comover as pessoas... Só os iraquianos sentem o inferno da guerra.
E não se vê solução para o conflito. Tal como no Vietname, o Iraque é um atoleiro
para os exércitos invasores. De tal forma que, nas fileiras do partido republicano,
já se ouvem vozes a reclamar a retirada. O senador John McCain, que votou a
favor da invasão, já se mostra inquieto. Condolezza Rice, em viagem pelo Médio
Oriente, já diz que é preciso reduzir um exército cujo inimigo não se vê, não tem
frente de batalha... No meio deste rumor, Porter Goss, o patrão da CIA, veio hoje
dizer que "tem uma ideia interessante" sobre o paradeiro de Osama bin Laden...
Sempre se disse que a família do chefe da al-Qaeda era próxima de George Bush.
Não admira que, tres anos depois do "nine-eleven", bin Laden continue à solta.

George Bush recebe Abdullah, o príncipe saudita, no seu rancho de Crawford.
Negócios de Estado ou petróleo? Repare-se no pormenor: dar as mãos, é um
gesto de amizade, entre os muçulmanos. Mas nós, ocidentais, não gostamos
de gestos tão íntimos. Bush está desconfortável, não abriu totalmente a sua
mão para segurar a mão do príncipe. Protocolo e petróleo oblige...


PARABÉNS aos altermundistas pelo 2º Aniversário do Fórum Social Português.





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