2005/04/17

 
O discurso niilista de alguns iluminados, que a troco de uma avença preenchem
as colunas dos jornais diários com análises hipocondríacas, está a tornar-se um caso
patológico de venal propaganda. A este propósito, veja-se o "retrato" polaroid feito
por António Barreto no "Público" de hoje, sobre o projecto do Governo para limitar
os mandatos dos eleitos. Barreto começa por dizer que "quase toda a gente está de
acordo com o princípio da limitação de mandatos", mas depois, faz como se fosse
uma doméstica a limpar o pó dos nóveis com um espanador... Sacode para cima,
para baixo, para a direita, para a esquerda, e o objecto da sua limpeza, acaba ainda
mais conspurcado, mais impuro... E, no meio da sujeira feita, Barreto abandona o
discurso atirando para o ar acusações vis e obscenas: "Lei inútil, demagógica,
contraproducente e despótica! Esta é a lei de uma classe política que desconfia de
si própria". -- Afinal em que ficamos? Se toda a gente está de acordo com a lei
que limita os mandatos dos eleitos, por que dizer que ela é "inútil", "demagógica"?

Mas quem é o iluminado, o sujeito com ar de "evangelista assarapantado",
que vem dizer nulidades sobre coisas de um mundo em que ele não vive? Quem
é o senhor Barreto, onde trabalhou, quantos empregos teve, quantos serviços
cívicos prestou à comunidade, que experiência tem ele da vida para poder botar
assim discurso trapalhão, enroscado, trapaceiro, arrasador, niilista?... A palavra
e a escrita servem para comunicar, esclarecer, clarificar as ideias. Ora o senhor
Barreto, pelo registo polaroid editado no "Público" de hoje, mais uma vez, não
consegue clarificar nada; na sua sapiência doutoral, Barreto discorre sobre tudo
para concluir sobre nada. Porque o seu evangelho, nada tem a ver com a realidade
deste mundo actual. É uma pregação à base de adjectivações em torno do sujeito,
misturadas como quem "bate claras em castelo", só para exaltar o seu discurso.

Infelizmente, há muitos iluminados a escrever banalidades nos jornais,
ainda que sejam de referência. Um émulo de Barreto, o senhor Vasco Pulido
Valente, tambem escreve niilidades de última página. Nota-se, no estro destes
avatares, um lamento ressabiado, uma acidez de sujeito ofendido, algo ligado ao
seu passado, no tempo em que conviviam com o poder... Por desmérito ou por
desconchavo ideológico, foram colocados à margem, esquecidos pelo poder. Agora,
sempre que usam os media, inconscientemente, vertem o fel da sua patologia
nos artigos de opinião editados em colunas pelas quais são avençados. A leitura
dessas inutilidades, acaba por nos afastar desses autores iluminados, na medida
em que, a soma das equações é nula, e a insanidade mental do autor é evidente.





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