2005/04/30

 
O dia de hoje, para Vasco Pulido Valente, marca o fim da II Guerra Mundial,
pois foi neste dia que Hitler se suicidou com um tiro na cabeça. VPV lembrou-se
desta efeméride certamente por ter ido à matinée, ver o filme A Queda. Mas o
surumbático José Pacheco Pereira, que eu saiba, nada escreveu sobre as histórias
desta data. Não admira, pois JPP anda por aí, a pairar sobre os céus de Portugal,
em vôo de pássaro, a contar as ETARS, as lixeiras a céu aberto, as "maisons" e
as rotundas deste país. Durante tres anos, de nada se apercebeu (talvez por andar
afadigado em defender a causa das WMD, que levaria Bush a invadir o Iraque),
e agora anda entediado com Portugal e as suas gentes. Prefere voar mais alto...
Pois para mim, este dia, diz respeito à derrota dos EUA na guerra do Vietname.
Há trinta anos, o Vietname do Norte derrotou o exército mais poderoso do mundo.
Tiveram que fugir de helicópetro a partir do terraço da Embaixada americana em
Saigão, hoje denominada cidade Ho Chi Min. O Império fugia do astuto pigmeu.

Memorial aos "Campos da Morte", em Choeung Ek, a 15km de Phnom Penh.

Mas este dia, que marca o início do fim do nazismo na Europa e o fim do
neo-colonialismo americano no Vietname, traz uma boa notícia para a Ásia, em
especial para o Camboja. Está quase concluido o tribunal internacional que vai
julgar os horrores dos "campos da morte" no Camboja, durante o regime de Pol
Pot, entre 1975 e 1979. Durante mais de quatro anos, o povo cambojano viveu a
mais sangrenta ditadura da História. Morreram cerca 2 milhões de pessoas, um
terço da população. As mortes aconteceram por escravidão, trabalhos forçados,
doenças e execuções nos "campos da morte", sem que a comunidade internacional
fosse capaz de intervir. Foram as tropas do Vietname que, após consolidarem as
suas fronteiras, avançaram sobre a capital, Phnom Penh e libertaram o país da
barbárie em que estava mergulhado. O povo não podia ter pertences, nada de
haveres, nem uma colher para comer. O pouco de tudo, era tido como um "bem"
comum. Quem resistisse, era mobilizado para trabalhos forçados, até à morte.

Recolha de armas no Ruanda, onde as lutas étnicas mataram mais de
800.000 pessoas em cerca de 15 dias no ano de 1994. Mais um "holocausto"
que a consciência da comunidade internacional não pode nem deve esquecer.


Em 1955 reuniram-se na Indonésia, pela primeira vez, 30 países africanos
e asiáticos para lutarem contra o racismo e o colonialismo e proporem uma
política de neutralidade. Ficaram a ser conhecidos como os "não-alinhados".
Para comemorar os 50 anos da "Conferência de Bandung", estiveram reunidos
esta semana na Indonésia mais de 120 países. Ali foi adiantado por Kofi Anann
que o tribunal para julgar os "khmers vermelhos" estava quase pronto. O custo
dos serviços em tres anos estima-se em 56,5 milhões de dolares. O Japão vai
disponibilizar 28 milhões, o Camboja 12 milhões e o restante será participado
pela comunidade internacional. A Ásia está dando passos para a segurança, a
paz e o entendimento entre os seus povos. Até o Kuomintang, partido nacionalista
chinês refugiado em Taiwan, visitou Pequim com vista ao entendimento entre
as duas partes. 60 anos depois da fuga para Taipé, o Kuomintang foi à China.
Este entendimento deixa a Koreia do Norte fora do baralho. Mas certamente
que o exemplo vai resultar, levando à união das duas Koreias. Será o fim da
Guerra Fria, definitivamente. Será a afirmação da Ásia no mundo.

Num mundo de guerras e de atrocidades, os jovens aprendem a viver
com as armas do ódio e da morte. Colonato de Morag, na Faixa de Gaza.





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