2005/04/29

 
Num país pobre, que se debate com enormes dificuldades para ultrapassar as
barreiras do seu atraso económico e social, todos devem ser responsabilizados pelo
desempenho nas funções exercidas, não importa de quem se trate. Tanto se exige
a um professor, como a um cientista ou a um juiz. No sector privado, cabe aos
patrões e gestores a avaliação dos seus empregados. No sector público, deve ser o
Estado, através de mecanismos adequados, a incentivar os funcionários na missão
que lhes foi incumbida , e a premiar o mérito conforme o desempenho de cada um.
Se isto não for feito, não haverá produtividade nem melhoria nos métodos de fazer
o trabalho. Infelizmente, em muitos sectores do Estado, ainda há a ideia de que, o
"lugar" está assegurado, pelo que não vale a pena andar depressa. Enquanto esta
mentalidade existir, o país não se moderniza nem a produtividade avança.

Vem isto a propósito do escandaloso caso relatado na comunicação social,
sobre o processo que andou a ser arrastado de tribunal para tribunal, para que
alguem decidisse em qual deveria ser julgado, tendo-se passado cartorze meses
sem decisão, e chegado ao fim as medidas de coacção aplicadas aos arguidos, pelo
que os presumíveis assassinos de um agente da GNR, estão agora ao ar.... livres e
rindo-se da justiça que se faz em Portugal. Quem são os responsáveis por esta
comédia? Certamente que os há. Um escrivão, um delegado do MP, um juiz, todos
eles, são funcionários do Estado. Quem lhes pede responsabilidade? Quem lhes
exige empenho, trabalho, produtividade? Se eles no fim do mes levam o ordenado,
que é pago pelos contribuintes, devemos todos nós, exigir que se acabe com isto.
Chegamos a desejar que a Justiça fosse feita por jurados, por um grupo de velhos
com sabedoria, como sempre foi feito durante milhares de anos... E a justiça era
feita, com equidade e toda a gente respeitava quem dava a sentença. Com a justiça
entregue aos advogados, entrámos na mercantilização da lei, que acaba, quase
sempre, por favorecer o mais poderoso. Não admira que "grandes escritórios de
advogados", tenham sugerido ao Governo, que este devia aconselhar-se com
aqueles, através de um acordo prévio, cuja avença deveria rondar os milhões...
E por aqui me fico. Glosando "Uma Ordem dos Advogados imparcial e isenta"
que, se não toma posições em assuntos como o que acima acabei de relatar, ainda
menos toma em relação a outros casos de interesse geral, e tão pouco parece
estar a defender parte da classe (menos favorecida) que lhe dá o nome.

Para enfrentar os insurgentes no Iraque, que hoje rebentaram com mais
10 carros armadilhados e morto uma vintena de civis, Rumsfeld chamou ao
Pentágono o "Spiderman" e o "Captain America" a fim de lhes propor uma
missão secreta e de resgate, lá para as bandas de Bagdade, Bakuba e Tikrit.
É a arma letal (não proíbida) que Rumsfeld tinha na manga. Se resultar, se
os "justiceiros" sairem vencedores, adivinha-se um novo meio de fazer justiça.





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