2005/04/23

 
A CONVERSA DOS COLUNISTAS DINOSSAUROS...

No último domingo, dia 17, insurgi-me aqui contra António Barreto, por este
colunista não gostar da lei de limitação de mandatos. E comparei a sua opinião
à de Vasco Pulido Valente, comentador de "quarto de página", sempre em estilo
"arrasa pessegueiro". Pois este senhor, no "Público" de hoje, escreve o seguinte:
"Como se já não bastasse a ridícula polémica sobre a data dos referendos (o da
Europa e o do aborto), a «classe política» passou agora a discutir a limitação de
mandatos. Tudo serve para evitar a realidade e a substituir mansamente pela
demagogia". Vasco Pulido é contra a lei, mas na sua iluminada sabedoria, lembra
que o assunto já vem do tempo de Robespirre, e foi adoptado pelos burgueses
europeus e, tambem, na América. Cita o caso da Califórnia, onde Schwarzeneger
tentou agora contornar a lei que limita os mandatos de governador. Se assim é,
na Europa e nos States, porque está o Pulido a desvalorizar a nossa lei? Diz ele:
"Na sua ignorância, a gente que em Portugal propõe a limitação de mandatos,
inimiga pública e jurada do populismo, não percebe, e nunca perceberá, que abriu
caminho às piores formas de populismo. Segundo parece, (Pulido não sabe, não
tem a certeza) ela só quer eliminar os «dinossauros», que por aí estão instalados
nas câmaras: uma linda coisa -- como António Barreto se atreveu a lembrar".
Afinal os dois iluminados, ambos "dinossauros" neste negócio de facturar colunas
de comentários, estão do mesmo lado. Para eles, o importante, não é apresentar
uma análise isenta e pedagógica; o que é importante para Barreto e Vasco Pulido,
é manterem-se na crista da onda niilista, na crítica absurda e incoerente, com
opiniões surrealistas, axadrezadas e vesgas... Assim, tornam-se afamados pelo
dislate, pelo efeito "dadaísta", pela ideia curva e pelo raciocínio abstruso.
"Com a limitação dos mandatos, alguns políticos, fingindo virtude, usam em seu
proveito o ódio universal à «classe». O resto é conversa"-- remata Pulido.
É gente como esta, que enche colunas de jornais com ideias desencontradas,
neuróticas, -- a troco de uns dinheiros -- e ainda goza com sorriso alarve.

Tempo de vindimas, lá para o hemisfério sul, nos arredores de Santiago,
no Chile. Ora aqui está um profíquo e revigorante exercício físico que se
recomenda aos colunistas da nossa praça. Dediquem-se a colher cachos, pois
é gratificante, e não correm o risco de, bebendo môsto, ficarem bêbedos.





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