2004/09/28

 
Um condutor desencartado, saiu para a rua, em Palmela para acelarar
na street racing, isto é, na via pública. Matou tres pessoas e feriu mais quatro,
uma delas em estado grave. O driver, alem de infringir o Código de Estrada,
nem se quer tinha carta de condução. O caricato em tudo isto, é verificar que,
na imprensa e na blogosfera, ninguem lamenta os mortos nem os feridos,
antes preferem desculpar o Shumacher descartado; preferem acusar a polícia,
a BT e o Estado -- como se vivemos num Estado policial.
Todos lamentam por, num fim-de-semana, haver nas estradas portuguesas
cem a duzentos acidentes onde morrem duas a tres pessoas e sobram alguns
feridos. No caso de Palmela, desculpam o condutor desencartado e acusam a
polícia pelo sucedido... Não entendo porque se desculpa o infractor.

O homem procura superar-se a si próprio, usando a máquina ou lutando
contra a Natureza. Mas quando as causas não são justas, o homem perde.


Sobre este assunto, convém meditar nas palavras de Manuel João Ramos
presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados: os praticantes de
street racing "são jovens da periferia para quem a sociedade não conseguiu
criar outros interesses". Temos agora a "geração Nintendo que chegou a adulta
e que está viciada de adrenalina". Que educação lúdica estamos a dar às novas
gerações? Estaremos a aplicar uma cultura de esquizofrenia que conduz os
jovens à insatisfação permanente, à violência e ao desespero? Para isso estão
a contribuir as Nintendo, as consolas de jogos, as máquinas dos flipers, as
slot machine, os jogos de computador.
Sendo assim, se os jogos criados pelo mercado livre conduzem à alienação,
ao hiperactivismo e ao desespero dos jovens (por excesso de adrenalina), o
Estado deve interditar as street racings nas estradas públicas, e pedir aos
gestores privados para construirem novas arenas, pistas de carros ou locais
apropriados para os jovens descomprimirem a adrenalina gerada e acumulada
pelos super-Mários e Nintendos. Refiro-me às pistas para carros semelhantes
às do NASCAR, nos Estados Unidos. Nas ruas e estradas públicas é que não.


O candidato democrata John Kerry tem ainda muitas dificuldades
para se fazer eleger, muitas barreiras, muitas montanhas a ultrapassar
passar convencer os americanos de que George Bush é a escolha errada;
não conseguiu matar ou capturar Bin Laden, prendeu o maltrapilho do
Saddam Hussein, mas tem o Iraque num cáos e a segurança no mundo
está cada vez pior. O frente a frente televisivo de hoje, pode ser decisivo.













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