2004/09/14

 
Cada vez se torna mais evidente o mau "ambiente" em que se desenvolve
a governância do país liderada pela actual coligação PSD/PP-cds. Primeiro
tivemos no Governo um PP-cds devidamente controlado por Durão Barroso, cujo
protagonismo equivalia à sua base eleitoral. Com a saída de Barroso para liderar
a UE, entra Santana Lopes para dar continuidade ao Governo da actual coligação.
O PP-cds de Paulo Portas, já com experiência governamental, apercebendo-se da
"inocência" de Santana Lopes, toma a dianteira e ataca em todas as frentes, para
ganhar protagonismo e visibilidade, dentro e fora do Governo. Paulo Portas, como
ministro das tropas e do Mar, resolve enfrentar um bote de mulheres em ondas,
mobilizando fragatas, corvetas e draga-minas da Armada portugesa. Agora, Luis
Nobre Guedes, ministro do Ambiente, antecipa-se ao colectivo governamental, e
apresenta o relatório do derrame na refinaria da Petrogal, beliscando com isso, o
ministro António Mexia, que ao tempo era administrador da petrolífera. Valeu a
Santana Lopes, a experiência da "velha raposa" do Governo, o ministro Alvaro
Barreto que, aceitando a "borrada" feita pelo ministro do Ambiente, sempre veio
dizer que este, poderia "aguardar mais dois ou tres dias" e tudo teria sido
resolvido sem polémicas nem ressonância na imprensa "tabloide".

Se as medidas tomadas por Paulo Portas, contra o Borndiep e a questão do
aborto, foram desmesuradas e ridículas, já a acção tomada por Nobre Guedes,
à primeira vista, parece ser justa e sincera, no entanto, por de trás de tudo isto,
o que está em causa, é a "memória" do PP-cds como partido de Governo, para
recordar na próxima campanha eleitoral. Dentro ou fora da actual coligação,
o PP-cds de Paulo Portas, sempre terá alguma coisa para mostrar como partido
de governo, referindo esta e aquela medida tomada por sua livre e espontânea
iniciativa. O PP-cds precisa de protagonismo governamental para mais tarde
provar o que fez, mesmo contra vontade dos partidos reformistas, como é o caso
do PSD. Quanto aos social-democratas, é por demais evidente que continuam a
não conviver bem com os "populares" e sobretudo com Paulo Portas. Para bem
de todos eles e da democracia, seria bom que o seu "casamento" caminhasse
para uma "separação" amigável, sem remorsos nem querelas ideológicas...

Enquanto não chega o dia D das eleições presidenciais nos EUA,
enquanto no Iraque se vive diàriamente o terror dos atentados à bomba
e do rapto de civis para degolar, como S. João Baptista, o homem que
poderá contribuir para a mudança deste tempo de tragédia, vai surfando...












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