2004/06/18

 
A gente lê, ouve e vê e custa a acreditar naquilo que se lê.
Miguel Sousa Tavares, que regressou do umbigo da Terra, do equador
onde se situa S. Tomé e Príncipe, ilha onde em tempos Cavaco Silva
trepou aos coqueiros, veio encontrar o país em delírio patriótico,
e, vai daí, desanca em tudo o que tem contribuido para alegrar muitos
portugueses: o Euro 2004. Ele, Miguel Sousa Tavares, que há poucas
semanas dedicou uma página inteira a tecer lôas ao Futebol Clube do
Porto, por ter ganho o campeonato, vem agora dizer o contrário do que
disse, numa lamúria incrível, própria dos críticos de arrasar... Nada
está bem, tudo vai mal, o Estado dá o futebol porque outra coisa não
pode dar. Os heróis, para MST já não são os craques, são aqueles que
trabalham nas roças, na Telecom, na EDP, na Tap -- servindo as gentes
dos Palops. Espero que MST tenha corrigido as erratas de "Equador".

Lemos e custa-nos a acreditar que, José Manuel Fernandes, apóstolo
das guerras preventivas, venha com o editorial de "Mais um dia de Sol",
onde escreve sobre coisas que nunca lhe mereceram um reparo.
Parece estar dotado de veia poética. Além disso, já critica o PSD e
Durão Barroso, embora diga que Ferro Rodrigues é o que é, não por
mérito seu, mas por demérito da Coligação. Estranho muito que JMF
venha agora escrever sobre "mais um dia de sol". Só pode ser para
esquecer o "atoleiro" da guerra do Iraque, em defesa da qual gastou
muitas horas de doutrinação. Deve estar desiludido, como o Delgado.
Pelo sim pelo não, em "Mais um dia de sol", JMF sempre fez uma breve
referência, não à guerra - que está perdida - mas às torturas que
os EUA praticaram em Abu Ghraib. Assim, JMF ressalva os seus pecados.

Porque amanhã temos "Mais um dia de sol", o Abrangente vai verificar
se a "poética" de JMF tem razão de ser, ou é apenas uma forma airosa
de sair pela porta do cavalo, já que a batalha do Iraque não pode
ser ganha pelos apóstolos das "modernas cruzadas", nas quais já não
se fala do Santo Graal, mas tão somente do barril de petróleo...

Nesta altura do ano, o continente indiano é invadido pela
época das chuvas, denominada monções, queda de chuvas intensas.
Pelo lado poético, sempre lembra o filme "Serenata à Chuva".









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