2004/05/20

 
Fui à capital tratar de assuntos, desde há muito tempo adiados,
e fiquei surpreendido ao verificar que era "Quinta-feira da Espiga".
Em diversos locais da cidade, continua a tradição de vender raminhos
floridos com duas ou tres espigas, um costume muito antigo que tinha
por finalidade assinalar a entrada do tempo quente, lembrando que as
searas dos arredores de Lisboa, estavam quase prontas para a ceifa.
Sei que, aqui bem perto de Oeiras, no planalto de Tires até Trajouce,
em meados do século passado, ainda havia extensas culturas de trigo.
Hoje, toda aquela vasta área, está coberta de fábricas industriais e
zonas de habitação económica, moradias particulares. Nada mais resta,
nem se quer as construções rurais foram poupadas. A norte, já perto de
Manique de Baixo, ainda existem meia dúzia de habitações típicas das
actividades ligadas à lavoura e à cultura da vinha. Mas tudo se perde.


Às vezes interrogo-me como é possivel que a comunidade internacional,
não tenha meios para acabar com o "terrorismo de Estado" praticado
por Ariel Sharon contra o povo palestiniano? Como é possivel que um
Estado de direito proceda daquela forma brutal, e não haja ninguem
que faça ver a Sharon que -- fazendo o que faz -- está a produzir as
sementes do ódio e da raiva que levarão a cometer mais suicídios?

O "buldozer" Sharon é a negação de todos os princípios que o mundo
civilizado defende. Continua a escaqueirar casas, a matar inocentes,
e nada nem ninguem lhe faz frente! Depois, aparecem aqui e ali, nesta
Europa ou fora dela, pessoas a falar contra o "anti-semitismo"...
Devem ser judeus, por certo, e o melhor que eles faziam, eram pedir
a Ariel Sharon para que não contribua com mais "achas para a fogueira".
Mas os "senhores que falam de terrorismo" não se apercebem que a mãe
de todos os terrorismos está na humilhação dos palestinianos, cometida
pelo "terrorista" Ariel Sharon? Ontem mandou matar jovens que se
manifestavam na rua, com mísseis lançados por helicópeteros. Um país
com tantos meios de guerra, não precisa fazer semelhantes barbaridades.
A força moral de um povo, não se impõe pelas armas, mas pela dignidade.







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