2004/05/06

 
Dois analistas políticos da nossa praça, conhecidos pela sua fidelidade
a George Bush e Donald Rumsfeld, vêm hoje deitar "água na fervura" sobre
a divulgação das imagens de tortura a civis iraquianos praticada por militares
americanos. O primeiro, José Manuel Fernandes (JMF), para desvalorizar o
assunto, começa por citar Hannah Arendt, filósofa judía, -- inventora da
"banalidade do mal" -- e logo a seguir o criminologista David Wilson -- que
teoriza sobre "o poder de uns sobre aqueles que não têm nenhum -- para
nos dizer que, "nas ditaduras, a tortura faz parte da sua normalidade", mas
que apesar de tudo, "nas democracias é recorrente o uso da tortura em tempo
de guerra". Para suportar esta tese, JMF cita o escândalo do exército francês
durante a guerra da Argélia (já lá vão mais de 40 anos!)... Mas JMF tinha que
vingar-se em alguém, e, como sempre, e mais uma vez, JMF destilou todo o
seu ódio sobre a França, citando um caso dos final dos anos de 1950.
O Zé Manel parece um daqueles putos reguilas, que nunca gosta de perder!

Outro escriba "fanzine" a alinhar pela desvalorização das imagens de tortura,
é José Pacheco Pereira (JPP). Para este clone de Luis Delgado, "a maioria
dos jornalistas portugueses são simpatizantes da causa palestiniana e hostis
a Israel". JPP acha que bom jornalismo, é o praticado pelo conservador "Daily
Telegraph", que até apresentou "fotos de primeira página de vítimas israelitas
mortos em Gaza por 'dois terroristas palestinianos". Do lado de Israel, diz JPP,
há apenas enganos, "um míssil com alvo militar que apanhou inocentes".
JPP acha que Israel tem o direito de matar os palestinianos, mas não o contrário.
Depois, começa a contar pelos dedos: "Primeiro... Segundo... Terceiro...[ Não
sei quê, os Verdes mais Vital Moreira...] e chega às fotos da tortura...

Mais fotos circulam na Net depois de tudo aquilo que já vimos.
Aqui aparece um soldado a humilhar um preso iraquiano, acorrentado
com uma trela ao pescoço, como se estivesse a lidar com um cachôrro.


"É uma leviandade e má-fé, compará-los com actos de tortura do regime
de Saddam" -- diz o Pacheco. "São comparações inadmissíveis, a que acrescem
outros absurdos de manipulação", continua Pacheco. Essa manipulação, é a
notícia de que "a opinião pública árabe -- que não se sabe muito bem o que é",
-- tinha ficado revoltada ao ver as fotos mostrando os abusos de tortura
cometidos pelos soldados americanos. Será que JPP não reconhece a Liga
Árabe como representante da "opinião pública árabe"? "É preciso ter arrojo
para fazerem aquelas comparações!" -- grita furibundo e abrupto o escriba JPP.

Não se vislumbram condições que possam conduzir o Iraque para
a paz, a normalização da vida social e produtiva, o termo da ocupação.
O país está transformado num barril de pólvora. Tropa por todo o lado.










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