2004/05/03

 
Com a entrada de mais 10 países no seio da União Europeia, alguma
inquietação começa a sentir-se em Portugal, especialmente nos sectores
ligados à produtividade. São as confederações patronais, as associações
sindicais, a Universidade, alguns sectores da nossa "inteligenzia". Com efeito,
as coisas vão mudar, mas desconhece-se, por agora, em que sentido e em que
profundidade se fará essa mudança. Alguns estão optimistas, mas a maioria está
apreensiva e reclama, da parte do Governo, medidas urgentes para que o país
possa enfrentar os novos desafios. São muitos, e por isso, devemos fazer opções.
Todos têm consciência que é no ensino escolar, na formação profissional, que as
coisas estão encalhadas. Não podemos continuar com taxas tão altas de abandono
escolar, e os programas de ensino devem servir a investigação e a inovação nos
sectores em que o país vier a determinar o seu futuro. Precisamos de um roteiro.

Os desafios colocados pela entrada de novos países na UE, vai obrigar-nos
a defenir um rumo. Se o não conseguirmos determinar, iremos continuar a ser o
"jardim da Europa à beira-mar plantado", um país de "tasquinhas", de avelinos
e governadores madeirenses; um país de pop-santanas e de chiclete-portas;
um país de gente com ambição pessoal, mas sem génio nem vontade para fazer
alguma coisa pelo desenvolvimento do país. Precisamos de olhar para longe,
e não tanto para o umbigo. Precisamos de inovar para criar riqueza e bem-estar.

Infelizmente, os nossos políticos, os nossos governantes, têm-se pautado
pela mediocridade. Não têm espirito de missão, nem são visionários. Procedem
de acordo com o efémero e breve cargo político -- que, sabem-no bem, pode
ser interrompido, por escrutínio dos eleitores ou por alguma "escorregadela",
de que são exemplo os autarcas de Oeiras e de Felgueiras, entre outros.
Alem disso, em relação aos cidadãos em geral, o Governo, em vez de ser duro
com eles no tocante a resultados escolares e profissionais, prefere aplicar-lhes
anestesiantes, para os "entreter e amansar". É exemplo disto, o próximo
"Rock in Rio" e, a seguir, a loucura total, com o "Euro 2004". É fácil contentar
os descontentes, os sem trabalho, os sem futuro. O país vai ficando adiado.


Foi para isto que nos vieram libertar? -- perguntou uma mãe ao ver
esta imagem, enquanto chorava por ter o filho às mãos dos americanos.









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