2004/02/12

 
"Voltemos ao princípio" diz o profeta José Pacheco Pereira, que hoje vem
no "Público" concluir a análise não concluida na semana passada, sobre as
"armas de destruição maciça". Depois de preencher uma coluna do jornal, a
tentar levar a água ao seu moínho, lembrou-se do que estava em análise, e
rectificou: "voltemos ao pricípio", pois é "mais que evidente que o desejo da
guerra vem de antes [da questão das ADM]". Aqui, JPP tem razão: Bush queria
fazer a guerra, e não olhou a meios para atingir os fins.
Quanto ao resto da prosa, ela só mostra a desonestidade intelectual de JPP que,
em vez de ficar pelos factos objectivos, tenta levar o leitor para o lado da sua
trincheira. Mais valia que JPP tivesse ficado mudo, como aliás era esse o seu
viver, desde que a guerra no Iraque começou a dar para o torto. Como fizeram
os outros "cruzados", v.g. o Luis Delgado.

JPP fala num epicentro do terrorismo, que deu origem ao 11 de Setembro, mas
recusa-se a dizer que, esse epicentro, era e continua a ser o conflito israelo-
-palestiniano. Para JPP, essa foi a razão do 11 de Setembro. Depois dessa data,
para JPP, existe apenas "terrorismo internacional", que deve ser combatido por
todos os países pois, diz o profeta JPP, há um "ovo de serpente que está a
chocar", que virá provocar um "grande atentado para começar tudo de novo
numa conjuntura mil vezes pior"...
"Falando agora por mim" - acrescenta JPP -- "lamento, e lamento muito, todos os
enganos à volta das ADM, em que quem defendeu a guerra participou", conclui
o profeta JPP. Mas ele tinha acabado de nos informar que, "o desejo da guerra
já vinha de antes [do 11 de Setembro]"... Porquê, lamentar-se e chorar?

Temos que ter cuidado com os profetas, sobretudo aqueles que nos querem
vender gato por lebre. Ao proceder assim, JPP defende as suas convicções
ideológicas, mas não está a ser honesto para quem lhe dá ouvidos, nos jornais,
na televisão, na rádio e na Blogosfera. Nesta, temos editores de blogues que
são mais honestos e mais objectivos do que muitos analistas políticos da nossa
praça. Além disso, as fontes de informação correm na NET, e qualquer pessoa
interessada pode ter acesso a essas fontes. Porquê então esta continuada
"doutrinação" política e ideológica levada a cabo por comentadores afins ou
correligionários de JPP?. Chega de doutrina, falem-nos antes de meteorologia.

A verdade é que "o inimigo número um" dos EUA, era e é, Bin Laden. Mas Bush
não o derrotou nem o apanhou. Substituiu-o por Saddam, um pobre diabo que,
não só não tinha "armas de destruição maciça", como não tinha Exército nem
Força Aérea, nem linha de comando nas suas tropas. George Bush, recusou-se
a aceitar as inspecções da ONU, que prosseguiam e nada revelavam. Porque,
como diz Pacheco Pereira, a vontade da guerra já vinha de antes. Quanto à
"cruzada" para converter os povos islâmicos à democracia "made in América"
serve apenas para humilhar os árabes e muçulmanos -- e ganhar terreno para
explorar o petróleo. Entretanto, "o ovo da serpente", de que falava JPP, não
foi encontrado nem derrotado na sua ideia de fazer frente à América que, em
partenariado com Israel, humilha não apenas os palestinianos, mas todos os
povos islâmicos. O desespero e a raiva dão lugar à violência, num cenário
"hollyoodesco", mas que mata civis inocentes, velhos e crianças, sem que o
director do estúdio tome medidas para acabar com a carnificina.
:-((
Eduardo Prado Coelho, no "Público" de hoje, depois de afirmar que não tem
procuração para defender "o registo irónico" de José Manuel de Mello quando
este disse que Portugal devia dissolver-se numa aliança com Espanha, vem
contar-nos a sua ida ao Corte Ingles, para comprar uns tinteiros para a
impressora. Mas foi de popó, só que, ao entrar no tunel de acesso ao parque
subterrâneo -- demasiado estreito para a condução de EPC -- este sentiu-se
entrar na "twilight zone", num imenso buraco negro, sem fim... e não se sabe
bem como é que EPC sobreviveu, regressando daquela 3a. Dimensão... Ele
não consegue explicar bem, como foi. Entrou em parafuso.... Má experiência,
e havia de ser logo num grande armazem espanhol.


Em Pendleton, Oregon, nos EUA, crianças índias de diversas tribos
preparam-se para rituais de dança, incluidas no cerimonial das
festas locais. A beleza e o colorido dos seus trajes, tem as côres
da natureza. Os estilistas ocidentais, ao usarem as côres negras,
parecem estar a fazer propaganda ao islamismo dos "mullas".








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