2004/02/11

 
Os sentimentos das pessoas propagam-se no espaço, como ondas
hertzianas. Certamente por isso, é que as sondagens sobre a confiança
dos consumidores é tão relevante nos inquéritos sobre previsões económicas.
No seguimento do registo "Compasso de espera" que ontem editei, vem hoje
o Eurobarómetro -- instituto de opinião pública da UE -- informar que os
portugueses são os europeus que demonstram estar mais péssimistas. Logo
a seguir, vem a Grécia, que geralmente anda "colada" aos nossos inquéritos.

Exercício olímpico... Bombeiros equipados com máscaras de protecção contra
armas químicas, durante um ensaio em Atenas, incluido na "Blue Odyssey",
que decorreu durante tres dias, a fim de avaliar o desempenho em caso
de hipotético ataque terrorista, durante os Jogos Olímpicos a realizar em
Atenas este ano.
E por cá, já se fez alguma coisa parecida?...

Não nos deixou surpreendidos, o resultado do Eurobarómetro. O péssimismo
sente-se, respira-se em quase todo o lado, onde se contacte com as pessoas
que, no seu dia a dia, enfrentam dificuldades e não vêem o fim das restrições.
O aumento do desemprego, dois anos sem aumentos da Função Pública, com
aumentos no custo de vida -- inflação, transportes mais caros, água, luz e gaz
a encarecerem e os impostos mais alargados -- tudo isto contribui para que
não haja confiança no futuro. Alem disso, o arrastamento do processo Casa
Pia, a ineficácia na luta contra a fuga e evasão fiscal, a indefinição de casos
como o de Felgueiras e de Isaltino Morais -- a par de tantos outros -- deixa
os portugueses indignados, por sentirem que a nossa justiça não funciona.

Terminou a conferência da plataforma "Compromisso Portugal.com" sem que,
das suas conclusões, se possa escolher uma proposta inovadora, uma ideia
original capaz de gerar uma "nova vaga" no tecido empresarial português.
Desde o sistema fiscal, à despesa pública, ao investimento público, legislação
laboral e à educação, não se encontram propostas que levem a uma vaga
de fundo. Até a eliminação do sigilo bancário é por demais apontada, porque
o Estado já pode recorrer a esse meio. Novidade mesmo, é ser pedido o
aumento das custas judiciais, para acabar com os sucessivos recursos aos
tribunais da Relação e ao Supremo. Pelo menos no processo Casa Pia, era
de seguir essa norma, já que o atraso processual se deve ao abuso de recursos.

"Diablada", é a dança índia que este boliviano executa em trajes
festivos, durante as comemorações do 223. aniversário da fundação
da cidade de Oruro, na Bolívia. Perduram as tradições e os costumes.


A reunião do Beato, não foi de todo inutil; é preciso dar-lhe continuidade, pois
estes encontros fortalecem os laços empresariais e podem ser relevantes em
determinadas situações políticas e económicas. Façam deste encontro uma
aposta para enfrentar as dificuldades que aí vêm, com o alargamento a leste.
Os gestores, os decisores e os empresários, precisam de encontrar-se nestes
foruns para se conhecerem, para trocarem ideias e estabelecer consensos.
Já passaram os tempos em que se dizia que "o segredo é a alma do negócio".
Hoje a informação deve circular, livre e democráticamente. Mesmo nos negócios.

As mentiras que serviram de pretexto à guerra no Iraque -- como mentira
foi o perú de plástico apresentado por Bush e o caso da soldado Jessica Lynch --
estão a inflamar a Blogosfera e a maioria dos analistas da nossa praça. Como
referia há dias um dos blogues que me acompanha, "agora até o Eduardo Prado
Coelho, vem falar de armas de destruição maciça". Na verdade, tambem estou
espantado. Eu imaginava o EPC a criticar a vida cultural do país, e, de um dia
para o outro, vejo o EPC a esgrimir não apenas contra a mentira das MDW no
Iraque, mas tambem contra aqueles que o acusaram de ser um "sinistro homem
de esquerda, um antiamericano e amigo dissimulado dos terroristas". EPC tem
toda a razão para estar indignado. Um intelectual, é um cidadão como qualquer
outro, e Eduardo Prado Coelho só está a mostrar que é contra a mentira, contra
a hipocrisia política, contra a falta de ética, incapaz de se vender ao Diabo.

Aberta que foi a caixa de Pandora, temos agora os demónios
e as pragas a devastarem as terras da Babilónia... A menos de
48 horas, segundo atentado, morrendo 47 mancebos às portas
do Regimento de incorporação e mobilização militar, em Bagdade.








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