2004/02/07

 
O ano de 2004, poderá ser o "annus horribilis" do PP/cds, segundo disse
Paulo Portas, na última reunião da Comissão Política do seu partido, segundo
escreve hoje, Eunice Lourenço, no jornal "Público". A ser inteiramente verdade
o que diz aquela jornalista, Paulo Portas começa a manifestar sinais de pouca
tranquilidade, temendo pelo futuro da mini-coligação governamental. E não é
caso para menos, dada a avaliação que faz das forças que procuram entravar
a sua acção governativa. Paulo Portas caracterizou assim, as forças de bloqueio
que irão minar-lhe o caminho: "a galáxia Louçã", "o planeta Soares" e "o cometa
Marcelo". Estes inimigos cósmicos, parecem atormentar o sono de Paulo Portas.
Longe vão os tempos em que o ex-jornalista do "Independente", perseguia o
Dr. Cavaco Silva, acusando o seu Governo de incapacidade e atirando-lhe pedras
para o caminho, por forma a dificultar-lhe o andamento na acção governativa.

Ao ouvirmos agora Paulo Portas, é impossivel não lembrarmos os tempos em
que ele atacava tudo e todos, no seu jornal, para ganhar fama e ter proveito.
Passados estes anos, o inconsciente de PP, parece não viver bem com os pecados
que cometeu. Talvez seja por isso que PP sonhe com fantasmas, ETs ou cometas
em movimento de colisão. Já vê inimigos em todo o lado, até noutros planetas,
noutras galáxias. Uma autêntica paranóia, que tambem pode ter origem nas
memoráveis séries de "Startreks", de Stanley Kubrick ou "Os Aneis do Senhor".

O estilo do discurso do ministro da Defesa, Paulo Portas, não é políticamente
correcto e muito menos digno de um governante que procura impôr-se através
de retórica espacial... Tudo tem o seu lugar, e, na política, os governantes, não
deviam fazer discursos partidários, comicieiros, populistas. Exige-se uma atitude
e um comportamento de estadista, para não cairmos no lugar comum, na chicana
política, na linguagem futebolística. Aos políticos é exigido rigôr, honestidade e
correcção nas atitudes e acções que assume. Quando um governante vem falar
dos seus adversários políticos, chamando-lhes, ainda que de forma indirecta, de
"extra-terrestes", está a enviezar o discurso, a resvalar para terrenos perigosos,
que levam o cidadão comum à desconfiança e ao desprezo por quem assim fala.

O Gen. Loureiro dos Santos, no "Público" de hoje, conclui a segunda parte do
seu "Balanço da guerra ao terrorismo", sem avançar com relevantes ideias no
que respeita ao plano político; no plano militar esquece que, este inimigo, não
está no terreno, e, por isso, não pode ser derrotado pela estratégia militar
convencional. É um inimigo que não tem frente de batalha, é volátil, está entre
todos nós. Convém é criar condições políticas e económicas, para o dirimir.
É inaceitável, já ontem o disse, que o general Loureiro dos Santos, ao abordar
o problema do terrorismo e Médio-Oriente, não tenha feito a menor referência
ao conflito israelo-palestiniano -- fonte de todo o terrorismo islâmico.

Crianças iraquianas, longe do cenário de guerra, guardam o seu
rebanho de gado, tendo por companhia um cordeiro, quando
cai sobre o horizonte o crepúsculo... sereno e apaziguador.



Cerca de 3.000 manifestantes, judeus e palestinianos, protestaram
hoje, em Jerusalém, contra o "Muro do Apartheid", que retira terras
aos palestianos e os coloca num "guetto" e separa de suas famílias.












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