2004/02/10

 
COMPASSO DE ESPERA...

Há momentos na vida que, por mais vontade que se tenha, por maior esforço
que se faça, as coisas não andam e tudo parece estar em contraciclo. Quando
assim acontece, a melhor atitude a tomar, é não forçar os acontecimentos,
esperar que a maré encha... Entretanto, a vida continua, aqui, ali e além, mas
noutro ritmo, noutras actividades, dando corpo a outras aspirações e anseios
humanos. Devemos aceitar a vida como ela é, e viver a existência em todas
as tonalidades, agarrando agora aquilo que tinhamos posto de parte, enquanto
aguardavamos a hora para realizar o desejo, daquilo que antes ficara adiado.

De facto, ao entrarmos no segundo mes de 2004, as coisas não aconteceram
com a brevidade e a quantidade que esperávamos. Agora estamos um pouco
surpresos, confusos e até algo desiludidos. Não desesperemos. Na economia,
nada vai ser objectivo e fulgurante, senão após as eleições americanas. Vamos
continuar com o sobe e desce, com os adiamentos, com as esperas: uns à espera
da reunião do G-7, outros de Allan Greenspan, alguns da Comissão Europeia,--
a decidir sobre os Fundos de Coesão -- e outros da reunião da OPEC, quando
não da conferência de Trichet ou de Gordon Braun. Tudo isto, são indecisões,
porque as eleições americanas, acontecem apenas lá para o fim do ano. Até lá,
sem saber quem vai ser o presidente, nada mudará radicalmente. Porque o
"presidente da guerra", não conseguiu fazer a paz e deixa um défice monstro.

Nós por cá, tambem temos vivido de esperas e adiamentos: adiou-se, mais
uma vez, o concurso de venda de 30 por cento da Portucel; adiou-se, mas parece
já ter sido assinado o caso Galp/EDP/Eni; o Mibel, depois de alguns adiamentos,
tem agora data marcada para 30 de Abril; tem-se adiado a separação dos
negócios da PT na área do cabo; falta clarificar os preços de ADSL para que a
concorrência ofereça alternativas ao consumidor. Para além de tudo isto, os
mercados aguardam pela publicação dos balanços anuais, ou seja de resultados,
e com eles, avaliar os dividendos -- se os houver e forem distribuidos...

Como se os adiamentos na economia não bastassem, os portugueses ainda
têm adiamentos sucessivos da telenovela " Casa Pia" (nunca mais se faz justiça);
a subida do desemprego; a sensação de que, neste Governo, não existe ministra
da Justiça; a dúvida, cada vez maior, de que o "Euro 2004" vai ser um fiasco;
a incerteza, quanto a melhorias nos rendimentos familiares; a preocupação dos
gestores, pela investida espanhola; a dúvida ainda, sobre qual vai ser o futuro
dos centros de decisão, das empresas estratégicas da nossa economia.
Enfim, há muitas incertezas no horizonte, muitas coisas por clarificar. Espera-se
que, a reunião da "nata empresarial", a decorrer neste momento baseada na
plataforma "Compromisso Portugal.com", traga algum optimismo para todos
nós, e seja mais do que um encontro de retórica. Espera-se acção, da parte
daqueles que têm poder e meios para levar o país a sair deste momento de
indefinição. É preciso energia, dinamismo e confiança para se construir o futuro.

Onde está o nosso Carnaval?... Em Itália, na cidade de Viareggio, na
Toscânia, os motivos escolhidos para figurarem no côrso que vai percorrer as
ruas da cidade, são diversos. Entre eles, este carro com a figura central do
presidente George Bush, carregando o presidente Jacques Chirac que segura
uma bandeira das Nações Unidas. Os bombos da festa, são os políticos.









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