2003/12/22

 
A propósito da viagem do primeiro ministro, Durão Barroso, efectuada na
semana passada a Luanda, para assistir ao casamento da filha do chefe
de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, o director do jornal "Público",
José Manuel Fernandes (JMF), no seu edotorial de hoje, vem dizer cobras e
lagartos sobre Angola e o seu Governo. E fá-lo com tanta emotividade, de
forma tão vesga, cega e paranoica, que JMF parece ter voltado aos seus
tempos de militância "maoista". Não diz nada de concreto, apenas descreve
uma lamúria onde encontramos um misto de raiva e ódio contra Angola, e,
em especial, contra José Eduardo dos Santos, como se este fôsse pessoa
banida pela comunidade internacional, nomeadamente os Estados Unidos.


Para José Manuel Fernandes, o seu ideal para Angola, era Jonas Savimbi,
aquele que fez o papel de Buthlezi na África do Sul, durante o estertor do
"apartheid". Os "maoistas", como JMF, nunca se deram bem com as duas
potências que tinham o equilíbrio da "guerra fria". Mas esta acabou, e os
que serviram de testa-de-ferro para defenderem os interesses de uma ou
da outra grande potência da altura, foram depois arredados do caminho.
Continuar a ver o mundo através da doutrina "maoista", como parece ser,
neste caso, o pensamento de JMF, é continuar a fazer discursos comicieiros.
De resto, hoje em dia, as fontes de informação são tantas e de origens
tão diferentes, que o discurso empedernido de JMF, já não encontra eco.


Aconselho JMF a ler o artigo publicado hoje, no seu jornal, pelo insuspeito
deputado socialista, Vitor Ramalho, -- que nunca caiu de nenhum avião
carregado de diamantes ou marfim -- e que esteve em Angola à um ano,
integrado numa missão internacional, destinada a avaliar das condições
humanitárias no interior de Angola. Esteve em representação do PS, no
Congresso do MPLA, e, há um mes, esteve em Luanda para assistir às
Jornadas Parlamentares da UNITA. A imagem que nos dá sobre Angola, é
a de um país dilacerado por uma guerra civil que durou mais de 30 anos.
Mas os partidos, neste momento, estão empenhados na consolidação da
paz, da democracia e no desenvolvimento do país. São justos anseios.


Não podemos comparar um país, uma sociedade que viveu em guerra
durante mais de trinta anos, com as sociedades desenvolvidas, que vivem
em paz e progresso. São mundos opostos, vivências diferentes. Até as
mentalidades, a valorização da pessoa humana, o sentido de solidariedade,
a capacidade de trabalhar em democracia -- tudo é afectado pela guerra.
O que JMF e todos nós deviamos fazer, era ajudar o povo angolano a
esquecer a guerra, trabalhando com eles na educação, na assistência
médica, na reconstrução de cidades, da infra-estruturas rodoviárias, na
criação de empresas, na modernização da sua agricutura, na desminagem
do país... Pela via de JMF, apenas se alimenta o ódio e a raiva entre os
povos, nada fazendo de construtivo para a paz e o progresso no mundo.

Na Praça da Manjedoura, em Belem, monjas palestinianas, frente à
Igreja da Natividade. O convívio entre judeus e palestinianos pode
ser possivel. Aliás, nunca estes dois povos deveriam estar separados.



Mar Vermelho, Egipto, perto da estância de turismo mundialmente
conhecida, Sharm el-Sheikh, um Pai Natal passeia-se em cima de um
camelo, gozando as delícas do sol. Ambos são feitos de pasta de papel.








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