2003/11/17

 
A OPINIÃO DOS OUTROS

O nosso ensino não ajuda o país a ter uma sociedade desenvolvida.
Apenas leva à formação de "mediucres". Esta é a realidade, e mais
uma vez me chegam testemunhos que expressam esta minha ideia.
No "Público" de hoje, Maria do Carmo Vieira, prof do ensino secundário
e autora de um estudo sobre manuais escolares, vem protestar pelo
facto de os manuais de ensino substituirem os clássicos mestres da
Literatura Portuguesa pelo regulamento do Big Brother. Afirma então
que, a "defesa miserabilista de que devemos atender aos discursos que
os alunos trazem de casa (e o Big Brother é um entre muitos exemplos),
é uma forma perversa de impedir o desenvolvimento cultural, em parti-
cular dos alunos que vêm das camadas socialmente desfavorecidas e
para os quais a escola constitui (ou devia constituir) o meio previlegiado
de o obter enquanto lugar de ensino e formação." (...) "A literatura, que
como arte intervem na nossa formação e que, implicando a palavra,
permite uma reflexão sobre a língua e a sua infinita potencialidade de
construções, é lamentavelmente subestimada neste novo programa do
secundário. Quem o elaborou e apoiou expôs de forma bem visivel o seu
desamor pela leitura".


Tambem Maria Filomena Mónica ), aborda este tema, pela segunda
vez e voltará na próxima semana. Diz MFM: "Tão ocupados andam os minis-
tros com a gestão dos sarilhos correntes -- a abertura do ano escolar, a co-
locação dos docentes, as pressões dos sindicatos -- que não têm tempo para
se ocupar sobre o conteudo do que é ensinado."
Conta-nos ainda MFM, que
em determinada ocasião, "notou o gozo com que tanto ela [a Rita, sua neta],
como a irmã mais nova haviam devorado "A Idade do Gelo", um DVD no qual os
mastodontes pré-históricos tentam salvar um bebé. De tal forma estão as
crianças fartas do Estudo do Meio [disciplina onde se inclui o Big Brother]
que só querem ouvir falar da Pré-História."
MFM promete que, na próxima
semana, vai escrever sobre "O Big Brother na Sala de Aula". Continue MFM.

Até Eduardo Cintra Torres (ECT), na sua crítica sobre Televisão, vem
desmentir o "24 Horas" dizendo que o Big Brother (BB) ainda não morreu,
"está bem vivo, e [vai durar] por mais dois anos, no novo "best-seller" dos
manuais de Português do 10º ano, editado pela Porto Editora."
O crítico de
TV afirma: "Nem os jovens nem os seus educadores esperam da escola que
desça tão baixo. Pelo contrário, o contrato ético e pedagógico da sociedade
com a escola é que ela ensine aos jovens matéria útil mas culta. A escola
não é entretenimento e é errado que alguma pedagogia pretenda fazer das
aulas programas de TV sem TV."


No mesmo dia, Luis Salgado de Matos, com a crónica "Bombas em Portugal?"
analiza não os "manuais BB" mas a "violência da praxe", o que, de certa
maneira, nos leva às questões levantadas na TV, por Eduardo Cintra Torres.
"Por ocasião da queima das fitas, propaganda cervejeira inunda o país de
apelos humorísticos à embriaguez dos futuros "drs." -- apelos que por certo
não caem em esófago roto. A embriaguez, claro, é violência -- ou facilita-a.
A ideia dos cadeados na Universidade de Coimbra tem um toque arcaico ou
sado-masoquista -- mas nem por isso deixa de ser violenta." (...) "Violência
da praxe, apelos à bebedeira, banalização da violência pedófila, assaltos
bancários como meio de vida -- consideramo-las como manifestações da praxe
ou exemplos de perversão sexual sem nenhum ponto comum. De facto, são
agressões novas típicas da nova fase de desintegração social: mais indivi-
dualismo, menos apoio das famílias, dos vizinhos, das igrejas, ambições
mais altas e satisfações mais baixas, o "Estado social" a dar cada vez menos
prestações. Até onde irá a nova violência?"
LSM conclui, receando que esta
nova violência alcoólica, aumente a "probabilidade de terrorismo interno."


(Todos os seres vivos precisam de ensino, treino e preparação para poderem
sobreviver neste mundo, onde as condições de vida nem sempre são fáceis).





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