2003/11/09

 
O INFERNO DOS OUTROS

George Bush e o partido republicano, que sempre defenderam o
puritanismo moral e religioso na prática política, e humilharam Bill
Clinton por causa do "flirt" Monica Lewinsky, têm agora no seio do
governo, um caso de pornografia. O secretário da Energia, Spencer
Abraham, nos anos 80, foi actor de filmes "hard-core", com grande
sucesso, pois desempenhou o principal papel de "quebra-bilhas" em
mais uma dezena de filmes. Spencer defende-se, afirmando que,
quando foi chamado para o cargo de secretário de Energia (?), toda
a gente sabia do seu passado, e que ninguem se mostrou surpreso
com as suas perfomances. Mas, a um ano de eleições, a oposição
quer saber mais, e quer vingar o humilhante inquérito público levado
a cabo pelos republicanos contra o democrata Bill Clinton.


A violência chegou à Arábia Saudita. Desta vez, foi na capital do reino
em Riyadh, um complexo residencial para estrangeiros, foi atingido
por uma carga explosiva, contando-se já 30 mortos, uma centena de
feridos e avultados prejuizos materiais. As autoridades sauditas estão
convencidas de que se trata de suicidas ligados à Al-Qaeda. Era um
país onde os fundamentalistas não operavam, mas ultimamente tem
havido um crescendo nos atentados com explosivos. Os Estados Unidos
pedem a Riyadh para se abrir ao ocidente e à democracia, e, talvez por
isso, pelo início dos sinais nessa abertura, os fundamentalistas, têm
atacado mais vezes e com maior violência. Não será vantajoso para
ninguem, se os Estados Unidos largarem agora o reino saudita, numa
fase tão crucial, quando Bush escorraçou a Al-Qaeda do Afganistão,
mas não prendeu Osama bin Laden, e, no Iraque, deixou fugir Saddam.


Dizem os observadores que o Iraque, é diferente do Vietname. Mas os
últimos acontecimentos levam o povo americano e europeu a sentir
que o derrube de helicópeteros, é mais do que simples "cocktail-molotov".
Para abater um aparelho daqueles, é preciso meios de guerra mais
sofisticados, mais dispendiosos, com uma logística de apoio e pessoal
devidamente treinado. Segundo o "Sunday Times", citado pela Bloomberg
em Bagdad é fácil encontrar à venda, mísseis terra-ar por cerca de 500
dólares, e tambem se encontram lança-rockets de origem russa/ucraniana.
A fazer fé nestes relatos, parece que muita coisa vai mal em Bagdade,
onde já existe um governo interino. Mas ainda será mais perturbador se,
os Estados Unidos, que são responsáveis pela segurança, não tiverem
o controlo sobre o tráfego de armas numa cidade perigosa, como é a
capital do Iraque. A potência ocupante, se quer controlar a situação,
não pode ignorar o que se passa com o contrabando de armamento.








<< Página inicial

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscrever Mensagens [Atom]