2003/11/10

 
No seu editorial de hoje, no Público, José Manuel Fernandes (JMF),
vem dizer-nos como "Fazer a Ponte" entre os Estados Unidos e a
Europa (fazendo alusão à "velha" e à "nova" conforme "diktat" de
Donald Rumsfeld). Ao fim e ao cabo, vem trazer-nos as preocupações
dos "fellows" do German Marshal Fund, reunidos na sedutora cidade
francesa de Evian, onde decorreu a cimeira do G8, e para a qual JMF
foi convidado. Não precisava de nos contar nada porque, a situação
do Iraque mantem-se caótica e como era de prever, antes da guerra.
Só ele e os defensores da guerra, não quizeram ver nem pensar no
que o mundo dizia, quando se realizavam manifestações contra, nas
principais cidades mundiais. Hoje, a fonte do terror, mantem-se e
parece mais determinada. E, nos EUA, já se recomenda a Bush para
que aceite parte do plano francês, e dispense Donald Rumsfeld e os
seus directos colaboradores, por falta de visão estratégica. Portanto,
JMF, não precisa de nos explicar; deve apenas aceitar as coisas como
elas são, e, humildemente, aceitar a opinião do mundo pacifista. Ou
será que, vai deixar de ser jornalista, e dedicar-se a fazer "pontes"?


O Futebol Clube do Porto prepara-se para inaugurar o seu estádio no
próximo fim-de-semana. É uma festa para a cidade e para os portistas.
É um dos estádios para o "Euro 2004", onde o Estado aplicou, a fundo
perdido, 25 por cento do custo da obra. Portanto, é um estádio, como
os outros, pagos em parte com os dinheiros públicos. O que não devia
acontecer, porque os clubes de futebol, são sociedades anónimas, com
o capital subscrito e cotado em Bolsa (Porto e Sporting), pelo que, estas
sociedades têm que ser rentáveis, devem ter lucros e pagar impostos.

Tratando-se de empresas sujeitas à Lei das Sociedades Comerciais, não
devia haver ligações entre o poder político e os clubes de futebol. Não se
compreende pois, que alguns políticos venham agora queixar-se, porque
o senhor Pinto da Costa não tenha convidado a assistir à inauguração do
seu estádio, o Presidente da Assembleia da República só porque este, o
ano passado, marcou "falta" aos deputados que se ausentaram da AR
para irem assistir ao jogo do Porto em Sevilha. Nem Motal Amaral deve
ir ao Porto, nem Pinto da Costa deve ir à Assembleia da República; cada
um "apita" e marca faltas na área das suas competências. Deve haver
separação entre política e futebol. Porque é uma actividade cheia de
"novos ricos", onde impera o compadrio, onde não se vê transparência
nos seus negócios de milhões de euros. Porquê, então querer convidar
Mota Amaral ou outro alto dignatário da Nação?

Jorge Sampaio e Durão Barroso, à data da inauguração, estarão reunidos
na Cimeira Ibero-Americana, na Bolívia. Estiveram na Luz e em Alvalade.
Foi um erro, não deviam ter aceite o convite. Delegassem em alguem que
os representasse. Com este gesto, perdeu-se uma oportunidade de
separar a política do futebol. Mas não é tarde, e a festa do FCP, sem a
presença dos orgãos de soberania, pode e deve marcar o fim de uma
era de promiscuidades. Razão tem Rui Rio, o presidente da CM do Porto:
o futebol para existir, não precisa dos apoios dos políticos; como SADs,
são empresas como qualquer outra. Que façam o que têm a fazer. Os
presidentes de camara, os deputados, todos os políticos deviam olhar
para Rui Rio como um exemplo de coerência, isenção e autoridade que
não aceita salamaleques nem pressões dos senhores do futebol.








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