2003/11/12

 
Não era minha intenção voltar hoje a abordar os problemas do
Iraque, mas eis que, justamente no dia da partida dos nossos
militares da GNR para aquele país, acontece o inesperado: a sul
de Bagdade, em Nasyhria, onde está aquartelado o contingente
italiano, ao qual se vai juntar o nosso agrupamento da GNR, pela
primeira vez, é lançado um ataque mortífero naquela cidade contra
o quartel das tropas italianas, morrendo pelos menos 16 militares,
segundo a informação da "Al Jazeera/On-line". Nasyhria era, até
agora, considerada uma cidade pacífica, e nada previa que ali
pudesse acontecer um ataque, em tudo semelhante ao efectuado
contra a Cruz Vermelha e o Hotel Rashid, em Bagdade.

Este ataque, no dia da partida dos nossos GNR para Nasyhria, vem
provar a todos nós, que o Iraque está a ferro e fogo, onde forças
estranhas lutam pela expulsão dos exércitos ocupantes, e onde não
se vê, neste momento, como podem os Estados Unidos abandonar
aquele território sem que o poder caia na rua, que o país entre em
guerra civil, e George Bush e o seu Exército saiam dali humilhados.

A Itália está chocada com a notícia de tantos mortos. Berlusconi diz
que não abandona o Iraque, a Oposição reclama o regresso das suas
tropas e pergunta: em nome de quem e porquê devem os soldados
morrer no Iraque?


Na América, o cépticismo é enorme, e, segundo um alto responsável,
Bush vai reunir os seus conselheiros, com carácter de urgência, pois
um relatório "top-secret" da CIA, mostra que os Iraquianos não dão
crédito ao trabalho do Governo Interino, nem acreditam que os EUA
consigam melhorar a situação política e económica do país, havendo
muitos iraquianos a apoiar as acções terroristas dos últimos dias.
Tudo leva a crer que, George Bush está disposto a rever todo o plano
de estabilização do Iraque, apressando a retirada das suas tropas,
de forma a entregar o poder aos iraquianos, ficando a ONU com a
tarefa de ajudar a conduzir o processo político até à pacificação do
Iraque. A arrogância imperial de Bush, desafiando tudo e todos, e não
dando ouvidos aos seus aliados, conduziu a América para a guerra,
convencido de que Deus o abençoava -- mas Deus abandonou-o.

Por cá, os nossos "cruzados" devem estar atónitos, e as famílias dos
nossos GNRs com os corações aflitos, por temerem os riscos que esta
missão pode acarretar para a integridade e segurança dos soldados.
Ainda me lembro do ministro da Administração Interna, em pleno verão,
recomendar aos GNRs: levem a camisola do Figo, os iraquianos gostam
de futebol e conhecem bem o Figo. Assim, eles não vos farão mal..
.








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