2003/11/29

 
Entre tantas crenças e religiões que há neste mundo de Deus,
apenas a religião cristã tem uma estrutura piramidal, uma hierárquia
inter-governamental, um Estado, uma moeda, um orçamento anual. No
topo está o chefe de Estado/Igreja, na base os crentes e contribuintes.
Pelo meio ficam os bispos, as dioceses, os padres, as organizações de
caracter religioso, humanitário e de propagação da fé. Longe vão os
tempos do escandalo Ambrosiano, do arcebispo Marcinkus, dos fundos
em Wall Street. A Igreja, se esquecermos a pedofilia, está num mundo
de paz. Depois dos escândalos dos anos 80, o Vaticano encontra-se em
estado de graça. São os tempos da "santificação" dos mortos que, em
vida, mais fizeram pela caridade, pelo amor, pela compaixão de todos
os desfavorecidos -- por fé ou por opção. Mas deixaram o exemplo.

Vem esta evocação, a propósito dos instrumentos governamentais
(vulgo Concordata), agora assinados entre o Estado português e o
Estado do Vaticano, onde ficou expresso que, "o clero passa a descontar
impostos sobre o dinheiro recebido em resultado do exercício do minis-
tério de padre". Posso inferir que, os padres são remunerados pela
tabela, pelo ensino e prática da Fé, como qualquer professor de Física,
Química ou Electrónica. O ordenado é de 650 euros -- em Lisboa -- mais
200 euros para alojamento. Desconhece-se a tabela do IRS. É pouco,
mesmo assim é mais do dobro do "ordenado mínimo" nacional. Mas é
bom que sirva de exemplo aos "magnatas do Futebol". Paguem impostos

Esta Administração que gere os"ministérios" da Fé, é muito dificil de
entender à luz daquilo que é, para mim, a crença em algo de dívino ou de
transcendente. Se todos os credos religiosos, para existir, tivessem uma
estrutura estatal, haveria menos entendimento e tolerância na diversidade
de crenças. A Fé não devia ser "gerida", devia ser espontânea; há um
momento na vida de todos nós, em que essa luz, essa opção se coloca.


(O cérebro dos atentados em Istambul, já está preso)

Não vale a pena, no século XXI, andarmos a fomentar a Fé em algo divino,
que pode ser Deus, Alá, Shiva, Buda ou outro qualquer. Ir por aí, leva-nos
ao confronto entre comunidades, entre nações -- quando a questão diz
respeito apenas à consciência de cada um. Porquê então, virem agora uns
"cruzados", apresentar a petição "Deus e a Europa", para que seja inscrito
no preâmbulo da Constituição Europeia uma referência ao cristianismo?
As Cruzadas já lá vão, a Europa, 700 anos depois da guerra aos infiéis,
é um continente multi-étnico; só a França terá cerca de 5 milhões de
mussulmanos, a Alemanha uns 3 milhões, depois virá a Turquia com 80
milhões... E temos indús, árabes, judeus, budistas, ortodoxos, etc., etc..
Não faz sentido nenhum a inclusão da referência ao cristianismo no pre-
âmbulo da CE. De resto, os nossos países são, há centenas de anos,
estados laicos. Porquê, estarmos a criar problemas para o futuro?

=+=+=+=+=

Tive agora conhecimento pela Al-Jazeera que, sete agentes dos serviços
secretos espanhois cairam numa emboscada, a norte de Bagdade, tendo
morrido todos, em virtude do ataque de que foram alvo quando se dirigiam
nos seus Jeeps, após efectuarem o trabalho de recolha de informações.



Hillary Clinton esteve ontem em Bagdade, na esteira de George Bush, para
apoiar os militares americanos. Ao contrário do que pensaram alguns dos
"neo-conservadores" cá da terra, Hillary não é candidata à presidência dos
EUA pelo Partido Democrático. Nem vai envolver-se na campanha do próximo
ano. Mas é correcto afirmar-se, que ela vai concorrer às eleições em 2008.








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